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Artigos-->A felicidade dos loucos -- 26/06/2003 - 11:59 (Clóvis Luz da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A vida do espírito é a mais libertária de todas, está acima de qualquer prova, desafio ou indiferença. Não há obstáculos à mente que quer construir um modo todo peculiar de se contrapor ao sistema de pensamento que intimida a inovação ou a revolução do ser. Aquilo que fustiga o interior do homem quando este se sabe finito, permeia qualquer instância de sua subjetividade, levando-o a perceber que somente em sua própria razão, ou na falta dela, em seu próprio mundo interior, qualquer ser é livre para ser o que quiser ser, desde que esse “ser” que se liberta das amarras de um mundo todo marcado por limites absolutos de ação, não o encaminhe para a alienação mental absoluta que lhe prive de, como qualquer animal, sentir prazeres físicos e alívios corporais.



Os loucos talvez sejam os homens que mais perto da divindade chegaram, mais próximos da perfeição absoluta, posto que se livraram dos pontos limites nos quais todos nós nos prendemos desde o nascimento até a morte. Aquilo que nos torna impotentes, ou seja, as situações limites, as tragédias que congregam em si todos os elementos que nos tornam nulos diante do caos, servem para demonstrar o quanto de miséria nos chega através da mais ingênua impotência, que é não conhecer os fatos que nos esperam nas esquinas da existência.



A degeneração da matéria que nos permite ter noção da fluidez do tempo, mais o fato de nada podermos fazer para detê-la, desde já sabendo que nosso destino é o desaparecimento físico de sobre a terra, deveriam nos incentivar a buscar um modo de existência que se livrasse das imposições medíocres que buscam valorar as vidas humanas em termos daquilo que cada um tem ou deixa de ter.



Deveria ser o que todos nós não temos, ou seja, a mais absoluta incerteza da continuidade do existir no átimo seguinte do tempo que flui, aquilo que mais próximos de Deus nos levasse.

Por que precisamos nos esconder para defecar, tomar banho, ou mesmo comer? Por que essas ações tão banais nos acometem no ato mesmo de sua execução de uma consciência insuperável de finitude e pobreza? Simplesmente porque precisar de matéria, de água, comida e roupa, torna-nos reféns dessa materialidade tirana, cuja posse é violentamente imposta a todos, para que continuemos vivos e desesperadamente busquemos a felicidade.



Felizes são os loucos que não precisam saber que são desprezados em sua loucura por aqueles que vivem absolutamente presos àquelas necessidades. Talvez os loucos, em seu espírito livre, saibam exatamente o que é ser feliz. Talvez...

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