Chico Buarque pede penico
“Quando apareceu o jatinho da Transamérica na campanha, faltando um mês e pouco para o primeiro turno, foi uma festa – para nós e para a imprensa. A cada escala, os repórteres perguntavam quanto havia custado a hora de vôo, quem estava pagando e tal. O jatinho não tinha nem banheiro, e parecia de brinquedo perto do Challenger que servia a Collor, com aeromoças e tudo. Num vôo de Maceió para São Paulo que trazia também artistas, Chico Buarque disse que precisava urgentemente que o avião desse uma parada em algum lugar. Como estávamos atrasados, não teve jeito. ‘Isto aqui não é táxi, que é só pedir para parar...’, brincou Lula. A saída foi improvisar um penico com uma garrafa de plástico. ‘Ainda bem que a imprensa não está vendo a gente’, conformou-se o secretário Espinosa” (Ricardo Kotscho, in "Do Golpe ao Planalto", pg. 172).
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