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Contos-->PEQUENA CIDADE DO INTERIOR -- 31/08/2022 - 00:07 (Renato Souza Ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Cidade do interior

Renato Ferraz

 

Sou da cidade do interior. Nasci em 1958, nua cidade do sertão alagoano, à época tinha talvez 10 mil habitantes.

A vida calma era a rotina da cidade pequena. O tempo quase não passava e as noites eram preguiçosas.

Hoje, isso é uma raridade. Tranquilidade é algo do passado, uma herança nostálgica que mora na saudade do coração.

Advém de uma época, onde o contato com a natureza era constante e fazia parte daquela rotina.

Alguns animais domésticos, os pássaros, a gente até nome lhes dava, coma convivência.

Inclusive alguns poucos moradores de rua sabíamos um pouco da sua vida.

Cidade do interior era esse reduto, onde a qualidade de vida era sinônimo de segurança, paz e tranquilidade.

As pessoas se conheciam com profundidade e as relações não eram tão superficiais.

Interior bom, que se prezasse, sempre os vizinhos se ajudavam.

Na escola, na igreja, no comércio, nas praças, na rua, todos se cumprimentavam pelo nome e com carinho.

Os mais novos tinham mais respeito pelos mais velhos.

Cidade interiorana e boa tinha festas animadas como a do padroeiro, tem o evento da semana santa,

a alegria das férias escolares e as famosas comemorações de final de ano,

onde assumia uma alegria especial com o retorno dos que saíram para estudar ou trabalhar e vinham visitar os familiares.

O parque de diversão e o circo, que chegavam para darem uma opção de lazer e passavam uma temporada.

Por fim os participantes desses grupos se tornavam íntimos dos moradores.

Alguns se identificavam tanto e se tornavam tão íntimos que pareciam antigos conhecidos.

Alguns até deixavam o antigo emprego e passavam a fazer parte dos habitantes locais.

Havia ainda as famosas peladas de futebol, as brincadeiras de roda, de se esconder, de ximbra, de finca, de avião etc.

Hoje quase não há mais essas brincadeiras nas ruas.

As casas são reforçadas com grades e outros meios de segurança.

Aumentou muito a violência. As escolas não são mais a nossa segunda casa,

onde o professor era realmente o nosso segundo pai que nos dava conselhos.

As drogas são uma tentação nas portas das escolas.

O trânsito é caótico e até o clima mudou, com tudo asfaltado, o dia é mais quente e as chuvas causam mais estragos.

Eu sinto orgulho de ter nascido numa cidade pequena assim e ter ido morar depois noutra,

apenas um pouco maior e mais desenvolvida. Uma ficava pertinho da outra.

Minha infância e adolescência estão ligadas profundamente aos costumes e hábitos da época, nessas cidades.

Só aos 19 anos fui estudar na capital e passei a fazer parte daquele grupo que retornava nos feriados e festas comemorativas.

 

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