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Infantil-->Das canções peregrinas -- 12/05/2001 - 23:36 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Reminiscências: a letra de uma música feita em parceria com crianças de um pré-primário em Perdizes (SP), Colégio Santa Marcelina, inícios dos anos 70. E que depois, muito mais tarde, haveria de se estabelecer, como que por encanto, nessa beleza anônima, nessa construção comum que é a tradição popular, o nosso cancioneiro infantil (como verão abaixo).

__________________________

Para Marcelina M. Morschel, Márcio A. Martins, Danuza Ourique, Chiquinho e Daniel. Às minhas parceiras-crianças de há quase trinta anos. E aos que vieram a cantá-la depois, ao longo desse tempo todo, em algum lugar onde crianças ainda brinquem de roda, a cantar músicas peregrinas, dessas que não têm dono. Dessas que não têm nome. E nem idade.

__________________________

(no fundo, no fundo, era um roquinho)

jacaré é é
amigo de um peixinho
que mora na lagoa

jacaré é é
um bicho esquisito
que leva a vida à-tôa

jacaré é é
amigo de um peixinho
que mora na lagoa

__________________________


Uns dez anos depois, tive a oportunidade de ouvi-la cantada pelas crianças da ilha de Atalaia Nova, em frente a Aracaju. Os amigos Danuza e Chiquinho, do Rio, foram viver ali, então uma espécie de paraíso, por cinco anos, para terem um filho, o Daniel, que hoje deve estar moço.

Foi um instante de plenitude, de alegria, ouvir essa minha música sendo cantada num fim de tarde quase improvável, despreocupadamente, por argentinas vozes nordestinas. Era como se ela sempre houvesse feito parte do rol das cantigas de roda que a tradição lhes repassara. Caminhávamos pela praia, em direção à balsa, eu e Chiquinho, que de repente me fez parar e ouvir o que se cantava na rua que ficava atrás das casas que beiravam a orla.

Felicidade que devo a Danuza Ourique e Chiquinho, que, além de terem posto o Daniel no mundo, ainda trataram de fazer da sua casa o reduto das crianças de Atalaia Nova. Foi a Danuza, estudiosa de literatura infantil e de teatro, a quem ensinei essa música em Munique, na Alemanha, quem a ensinou às crianças do lugar.

Vivi um meu momento mágico, inesquecível, desses que nos garantem, para o resto da vida, nunca mais ter direito a nenhum triz de tristeza.
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