Clotilde Rabão estava no seu primeiro dia como doméstica na casa do senhor Pirucolino e dona Vaglina. Limpava a vidraça, quando percebeu que seu patrão admirava aquele rabo imenso que Deus lhe havia dado em consignação. Quanto mais ele olhava, mais ela rebolava, limpando o vidro, até que uma hora Pirucolino não agüentou e saiu correndo, babando, atrás dela. Suspresa, ela se desequilibrou e caiu do décimo andar. Por sorte dela, um transeunte passava lá embaixo no momento em que ela aterrissava. Caiu de bunda em cima do pobre coitado, que morreu. Pirucolino, desesperado, ligou para dona Vaglina, que estava tirando um unheiro na manicura, e disse o ocorrido, falando que não tinha nada a ver com aquilo. Clotilde Rabão foi levada para a 45ª DP onde ficou conhecida como A CUZADA DE MORTE.
Até hoje, Pirucolino reconhece a queda, mas não desanima. Passa noites e mais noites sonhando com aquele rabo imenso aproximando-se dele ao som do fundo musical de Tubarão. Chega coladinho a ele e de repente some. Sonho, pesadelo ou vontade de comer uma comida de verdade? Mistérios que dona Vaglina, mesmo que soubesse, jamais saberia explicar. |