Hoje cedo, andando pelo Shopping, eu refletia sobre a passagem do tempo... Este tempo que não dá uma trégua sequer... E corre... Como corre...
Corre tanto que nem dá tempo de dizer para onde queremos ir... E lá se vai ele... Brejeiro... Cheio de pressa impiedosa... Sem dar nem tempo de se arrepender...
As lojas todas com motivos de NATAL e os sinos tocando dentro de mim... Uma melodia específica... Linda! Que refletia toda a magia do lugar... De repente uma idéia...
Entrei numa livraria para comprar "O Pequeno Príncipe" e me sentei numa das mesas para rascunhar uma dedicatória, que iniciei assim:
"Para você
Que traz o céu na alma,nos olhos e no coração... uma singela lembrança."
Achando meio piegas tentei outra:
"Interessante
O que me aconteceu: você é tão importante e eu nem consigo palavras para lhe escrever uma dedicatória que retrate todo este sentimento..."
Não achei adequada... e mais uma vez:
"Passamos raros momentos e tão mágicos que este livro é perfeito para demonstrar o quanto te quero bem. Lembra-te de mim ao lê-lo."
Olhei as três dedicatórias no rascunho e fui rasgando uma após outra...
Na verdade, não era nada daquilo que eu desejava realmente dizer... Ou era aquilo tudo, sim... Talvez muito mais... O sentimento, porém, bloqueia as palavras e as torna desnecessárias, fazendo do momento uma abstração singela... única... Como se o mundo ao redor desaparecesse e nada "físico" funcionasse naquele momento... Pois um outro plano se interpunha à quele... Quem tem por hábito colocar o AMOR acima de qualquer outra necessidade, sabe muito bem do que estou falando...
Então, sem rascunho e sem pensar, diretamente, na primeira página do livro, impus-lhe a própria sentença da obra que se fizera meu presente em caráter de emergência:
"Tudo o que tenho a dizer-te está nesta página em branco... "
A livraria tem um ambiente agradável. Gosto de parar por ali, sentar numa das mesas e olhar as pessoas que passam; cercada de algo que me faz bem: livros, uma grande paixão que tenho, deliciosa paixão que só me trouxe bons frutos.
Aos doze anos travei contato com o "Le Petit Prince". E aprendi a ver o invisível das pessoas. Aprendizado este que se construiu, no dia a dia, mas nunca se completa, porque o coração tem sempre um pulso diferente para cada coisinha que nos surge e nos surpreeende todos os dias...
Estou olhando para a minha dedicatória, na págian branca do livro. E deu vontade de apagá-la trocando tudo por
"te gosto"
o que seria "chover no molhado" pois jamais alguém daria um livro desses a quem não despertasse sua amizade...
A pessoa com que presentearei o livro?
- É um amigo de longa data que eu não via há muitos anos... E que me chegou assim... Como presente de aniversário e de Natal ao mesmo tempo... Uma pessoa fictícia, mas que existiu. Pelo menos enquanto eu escrevia esta mensagem de NATAL...