Prezados autores/leitores do usinadeletras . Tomo a liberdade de repassar aos senhores e senhoras o e-mail que me foi enviado pelo poeta Ademir Assunção. Além de ser uma idéia luminosa em termos de marketing cultural, de quebra ainda temos o recado muito claro aos senhores do mundo editorial. Como não descobriram ainda que "A máquina peluda" é livro com um público certo, garantido, o público juvenil, a garotada que aprende a não gostar de literatura nas nossas escolas e universidades. O mesmo se diga do injustiçado "Agora é que são elas" (Paulo Leminski). Quando Boris Schneidermann publicou o seu artigo resgatando essa obra-prima do gênero do limbo a que fora relegada pela miopia do nosso mundo editorial, fiquei com a alma lavada. Afinal, era uma das minhas leituras preferidas, livro de cabeceira para todas as horas, e esses chatos desses críticos fazendo de conta que ela não existia.
Com o tempo, a gente aprende a não ler nunca uma crítica ou resenha antes de ler a obra em questão. Aí é que a gente vira mesmo leitor. Como já fiz com alguns amigos da minha lista de correspondências, espalho agora o texto do Ademir Assunção. Em breve estarei publicando uma resenha de "Zona Branca", a obra mais recente do poeta. De "LSD/Nô" eu gostei tanto, que musiquei três poemas: "Nódoa de Névoa", "Suicídio" e "Horse Eye". Para quem não sabe, o Ademir, juntamente com o compositor Madan, faz no palco um show imperdível de poesia e música. Em Araraquara, eles já possuem um público cativo. É só vendo. Os interessados podem aproveitar o e-mail e os números de telefone abaixo.
Para quem ainda não sabe, o nosso colega Felipe Cerquize também tem um CD gravado: "Léguas" (algumas das letras já estão no site), que também entra nesta nossa lista de presentes natalinos muito original.
Agora, com vocês o e-mail do Ademir Assunção, com alguns acréscimos, imprescindíveis, de minha parte:
"A FOME E A CONTADE DE COMER"
Prezadíssimos amigos
dois pontos:
Ponto 1:
Como em muitos outros casos na literatura brasileira, "Zona Branca", meu livro mais recente, alcançou bastante repercussão, mas chegou a pouquíssimos leitores. Por um motivo simples e que atormenta a muitos de nós, poetas e escritores contemporâneos: distribuição paupérrima. Estamos carecas de saber das dificuldades de colocar nossos rebentos nas livrarias, lindos e vigorosos nas vitrines, à espera da carícia dos leitores afoitos.
Ponto 2:
Com a chegada do Natal, somos atacados por um incontrolável desejo de presentearmos aqueles que consideramos, aqueles a quem nos afeiçoamos, aqueles que amamos (só não aqueles que detestamos — ao menos não há registros de casos desse tipo na vasta literatura psiconatalina).
Portanto, venho por meio deste email, mui respeitosamente, propor aos interessados um perfeito casamento entre a fome e a vontade de comer.
Muito simples:
tenho comigo ainda cerca de 100 exemplares do "Zona Branca" e de "A Máquina Peluda", meus dois livros mais recentes. E resolvi liquidar
o estoque. Estou vendendo cada exemplar a R$ 10 (dez mangos).
Se você está interessado em presentear alguém (a fome) e gosta de meus livros e adoraria fazê-los chegar a mais leitores (a vontade de comer),
não se acanhe: compre um exemplar, dois, três, quantos quiser, e dê de presente.
Se estiver interessado na proposta (de maneira alguma indecente), entre em contato por email:
ou pelos telefones:
3731-3281 ou 9646-0534.
Se não estiver, é só deletar este email e esquecer o assunto.
