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Cartas-->Carta ao comandante do Exército -- 01/06/2005 - 09:29 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Carta ao comandante do EB

por José Luiz Sávio Costa (*) em 31 de maio de 2005

Resumo: Ao Gen. Ex., Francisco Roberto de Albuquerque, um lembrete sobre alguns fatos envolvendo o PT.

© 2005 MidiaSemMascara.org

Ao Gen. Ex., Francisco Roberto de Albuquerque.

Não seguirei o rito dos que lhe galardoam com o título de Comandante da Força. As razões são simples e brotaram de constantes frustrações, originadas:

1) da sua melancólica submissão ao Poder pelo Poder e não aos ditames da Lei Maior e das demais leis que pautam as normas da garantia da manutenção da Lei e da Ordem;

2) das contínuas provas de sua omissão em relação aos anseios da classe militar espoliada de seus direitos e enxovalhada por falsas promessas de seus superiores na podre hierarquia executiva – Ministro da Defesa, Comando Supremo e seu entourage palaciana, em especial os que lhes assessoram na questão do reajuste dos militares;

3) das concessões espúrias da Ordem do Mérito Militar a políticos sem significativo serviço prestado ao Exército e a ex-militantes de organizações de luta armada, coniventes ou partícipes no passado em ações que contribuíram, direta ou indiretamente, para ferir ou matar civis inocentes, militares (companheiros nossos), policiais militares, delegados e agentes das Polícias federal e estaduais; e

4) do seu mutismo, aquiescente a tudo quanto se propala, na mídia ou fora dela, contra seus companheiros do passado, com os quais convivia e colaborava antes e após os “anos de chumbo”, ao que parece motivado pelo mero objetivo de galgar, em meio a mesuras e falsas manifestações de camaradagem, os cargos que ocupou nos anos pós-anistia.

Ao vê-lo assumir seu atual cargo tive uma leve e desconfiada esperança. Ela logo feneceu... Estranhei mas não cheguei a me surpreender com seus procedimentos; sua trilha era conhecida e foi aprendida em ante-salas de Comandos e de Gabinetes.

Gen. Ex., Francisco Roberto de Albuquerque.

É lícito indagar se as afirmações feitas em passados congressos, encontros e seminários petistas, freqüentados por cubanos e representantes de outros países, são ou não válidas até o presente, pelo conteúdo político-ideológico que as envolve, caracterizando a manutenção do status de Partido revolucionário com que o PT se projetou desde 1979, ou marca uma evolução deste caráter revolucionário, cada vez mais contrário aos princípios do Estado Democrático de Direito, inseridos na Constituição da República Federativa do Brasil?

Quais as razões desta indagação? Constatar, ao longo do tempo, a existência de indícios e evidências que permitam aquilatar uma contínua, lenta, flexível e, não raro, dissimulada ascensão do perfil revolucionário do PT ou das organizações que com ele atuam, em Frente do tipo “Democrática Popular”, para alcançar o domínio total do Estado Democrático de Direito e implantar o indefinível socialismo petista sob a égide do Estado de Direito Socialista.

Indícios e evidências de um padrão de contínua ascensão:

1º. Os constantes fatos e acontecimentos que despontam do relacionamento do Governo do Senhor Luís Inácio Lula da Silva com os governos de Cuba e da Venezuela;

2º. A estreita, fraterna e carinhosa proximidade de Fidel e Chávez com o “sapo barbudo”, alcunha dada ao Senhor Luís Inácio pelo falecido Leonel de Moura Brizola, adotada e repetida por Arnaldo Jabor, Geneton de Moraes Neto e outros em seus artigos...

3º. As constantes ligações de militantes do PT, antigamente vinculados ao “internacionalismo proletário” e, na atualidade, com vivência no Diretório Nacional, na Secretaria de Relações Internacionais do PT, no estreito círculo de convivência do Sr. Luís Inácio, todos com intensa atividade no relacionamento do Poder Executivo, com o pessoal de Havana, Caracas e outros países. Com algum destaque citamos: o cubano-brasileiro José Dirceu, aliás, Comandante Daniel; Luiz Eduardo Greenhalgh; Marco Aurélio Garcia; Jorge Almeida; Frei Betto; Leonardo Boff, e muitos mais;

4º. Os diversos contatos ostensivos com representantes das FARC e outras organizações comunistas, estas via Foro de São Paulo, no Brasil e no exterior;

5º. A maquiavélica e matreira ação política em relação aos Movimentos de Luta pela Terra, que atuam ao arrepio da lei em suas manifestações, invasões, depredações, mortes e ocupações;

6º. A política de contínuo desgaste material das Forças Armadas, entrecortada por: contingenciamentos de verbas; falsas promessas de reposição salarial; missões rebatizadas para massagear o ego de certos chefetes; medidas paliativas ao som de protestos ocasionais; e uma lenta substituição de suas atribuições, delegadas a uma Força Nacional de Segurança Pública, arremedo de uma futura organização militar, ou para-militar, apensa ao Ministério do Interior, digo Ministério da Justiça, desculpem o lapso...Influência cubana que tem o seu Diretório Geral de Tropas Especiais, apenso ao Ministério do Interior de Cuba;

7º. A criação de um ambiente de insatisfação desgastante na área militar com base em problema salarial, criado e manipulado pelo Governo, com falsas promessas e prorrogações contínuas que parecem manobra ardilosa para criar um clima de suposto golpismo a ser aproveitado pelos que o alardeiam na mídia;

8º. Declarações, do tipo das que reproduzimos a seguir, que dão ênfase ao radicalismo petista e à continuidade de seu revolucionarismo, muitas vezes escondido na alardeada trilha da construção de uma democracia radical, alcançada pela via de indefinível “revolução democrática”:

a) “Nem os limites institucionais nem os não institucionais podem determinar nosso programa partidário e nossos objetivos históricos de construir uma sociedade socialista”. Trecho de documento do PT, na primeira campanha eleitoral, citado pelo Estadão. com.br, em “Eleições 2002 – Perfis Presidenciáveis”.

b) “Lealdade sempre, traição aos nossos ideais, nunca”, Luis Inácio Lula da Silva, em entrevista ao “Jornal Nacional” em 28 de outubro de 2002.

Muitos outros conhecidos jargões marxista-leninistas, encobertos por um tom gramsciano proliferam nos textos oficiais do PT, emanados de seus Seminários, Conferências, e das Resoluções de seus Encontros e Congressos. Quem quiser verá!

Gen. Ex., Francisco Roberto de Albuquerque.

Do exposto e para afastar maus presságios, responda-me se passagens como esta, sob o título “O caráter revolucionário do PT”, página 261, pronunciado pelo do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, no Seminário Internacional – “70 Anos de Experiência de Construção do Socialismo”, realizado de 20 a 24 de novembro de 1987, no Instituto Cajamar é séria, ou é somente para cubanos, nicaragüenses e militantes brasileiros ouvirem e, chineses, soviéticos e outros lerem:

(...) “É impraticável transportar um modelo revolucionário como se fosse uma mercadoria dentro de um caixote, chegar no Brasil e implantar aqui uma revolução igual à Revolução Cubana, Sandinista ou uma revolução como fizeram os soviéticos em 1917. Eu acredito piamente que essa revolução acontecerá no Brasil na medida em que a gente tenha a capacidade de despertar uma consciência política na grande massa despolitizada hoje, sem a perspectiva de aventureirismo. Tentar levar essa massa a compreender que o projeto que nós estamos desenvolvendo não será resolvido via parlamento”. (...) O sublinhado é de nossa autoria.

O Seminário deu origem à obra, editada em 1988 pelo Instituto Cajamar, sob o título “1917/1987 - SOCIALISMO – Em Debate”. De acordo com a “Apresentação” da obra, o Setor de Publicações do Instituto optou por destacar a experiência concreta da construção do socialismo na URSS, na China, em Cuba e na Nicarágua, além de um debate sobre a luta pelo socialismo em nosso país. Compareceram representantes do Departamento da América Latina, do Centro de Estudos da América de Cuba e da Central Sandinista de Trabalhadores da Nicarágua.

Os estudiosos, representantes da República Popular da China, não puderam comparecer por coincidência de datas entre a realização do Seminário e o 13° Congresso do PC da China Popular. Os representantes do Instituto da América Latina da Academia de Ciências da URSS, por dificuldades na concessão de vistos diplomáticos pelo governo brasileiro. Está tudo na obra citada.

Todos os participantes nacionais eram marxistas: militantes do PT; militantes de organizações marxistas revolucionárias brasileiras ou não; marxistas adeptos da teologia da libertação; trotskistas ou simplesmente marxistas independentes. Nas páginas 260 a 269 desta obra, o Sr. Luis Inácio Lula da Silva, traçou um esboço do caráter revolucionário do PT, donde extraímos o trecho acima transcrito. Os partícipes nacionais estão por aí e continuam marxistas.

Gen. Ex., Francisco Roberto de Albuquerque.

Lembrar o que pensavam os teóricos do PT, em 1987, e peregrinar pelo pensamento revolucionário destes mesmos teóricos nas páginas de suas revistas, jornais e obras, de lá para cá, é conveniente. Por quê ?

Para verificar as nuances do caráter ideológico do PT, com sua “democracia radical”, seu tipo de socialismo, seus objetivos táticos e estratégicos, delineados em seus Encontros, Congressos, Debates e Foros para atingir o “Estado de Direito Socialista”. Por sinal, um caráter ideológico que alguns “picaretas” (usando termo usual do Senhor Luis Inácio) afirmam até não existir, mas que os petistas alardeiam como um socialismo em evolução: o “socialismo petista”, moldado em estilo de aparência gramsciana tão elaborado, complexo e complicado que nem eles próprios conseguiram, até hoje, definir o que seja.

Minha opinião: indefinições propositais, melífluas que ganham os tons que se queira dar, conforme o andar da carruagem.

O que será o “Estado de Direito Socialista”, cuja construção é defendida por certos militantes de projeção do PT, tais como Jorge Almeida, membro da atual Executiva Nacional do PT? Por sinal, atual Secretário da Secretaria de Movimentos Sociais do PT. Diz ele :

“O PT, como partido laico, política e filosoficamente plural, sabe que a construção de um Estado de Direito Socialista, que combine os mecanismos de uma democracia representativa, direta e conselhista, não é contraditória com a conquista revolucionária do poder”, extraído da página 102 do livreto “O PT e o Marxismo”, Cadernos de “Teoria & Debate”, publicação do PT, 1991.

Que opinem os doutos em Direito Constitucional e Ciência Política!!! Isentos, é lógico!

O PT é ou não é revolucionário?

Para os militantes dos quadros tradicionais, o núcleo pétreo do Partido sempre foi e é. Para certas facções, aventureiras e militaristas, portanto mais radicais, o PT é revolucionário que parece ter descambado para um reformismo-revolucionário muito “soft” para seus gostos. Porém, revolucionário no momento de uma ruptura institucional.

Para os militantes dos movimentos de luta pela terra e dos movimentos sociais dos “excluídos”, vinculados ao PT via “clero progressista”, representados nas Secretarias de Movimentos Sociais e na de Relações Internacionais a resposta é óbvia... Para estes uma jóia, da mesma obra e do mesmo autor, extraído do texto “Formar a classe trabalhadora”, página 267:

(...) “Criamos um partido inclusive como uma opção para esse conjunto enorme de militantes de comunidades, de movimentos populares, de sindicatos, de ter no partido o seu próximo passo. Saber que, se ele tem no sindicato o bodoque, ele tem no partido à metralhadora. E cabe a nós tentar fazer com que os trabalhadores aprendam a utilizar isso” (...)

Só núcleos da burguesia, ideologicamente ignorante, ou estamentos da classe média, embaladas na cantilena da mídia engajada nos chavões marxista-leninistas, acreditam no “democratismo petista”.

Gen. Ex., Francisco Roberto de Albuquerque.

Não se trata de um posicionamento radical de minha parte, mas sim, dos que têm o direito, e mais do que isto, o dever de exercer a tão decantada cidadania, diante da lembrança de uma estranha terminologia, que brotava e brota dos textos petistas (Pronunciamentos, Documentos, Notas e Resoluções de Seminários, Encontros, Congressos e Foros), e que não se conforma com o espírito do “Estado Democrático de Direito”, chancelado na Constituição da República Federativa do Brasil, cujo texto o PT votou NÃO, assinando a Constituição por mera questão formal, apenas para reconhecer que participou de sua elaboração.

Ver: “A Posição do PT sobre a Nova Constituição”, Diretório Nacional do PT, (Circular Interna, de 07/08/1988, anexo 2, p. 12-4); e “O PT na Constituinte”, S. Paulo, Vol. 10, outubro de 1988, Partido dos Trabalhadores, Secretaria Nacional.

Na verdade, tudo é, ao nosso ver, um artifício tático encoberto por sorrisos matreiros, promessas e juras de ladinos revolucionários. O Presidente vai cumprir uma Constituição, cujo texto negou, mas que assinou como constituinte, por mero aspecto formal?

Gen. Ex., Francisco Roberto de Albuquerque.

Não venha com esta de me acusar de: “picareta”, fascista, extremista de direita e termos semelhantes que não me atingem, pois defendo, como sempre, os postulados do Estado Democrático de Direito, previstos na nossa tradição constitucional.

Observações finais: O Departamento de América Latina do Centro de Estudos da América, sediado em Havana, citados na obra editada pelo Instituto Cajamar, na realidade eram e continuam sendo: o Departamento América, Órgão de Inteligência do Partido Comunista Cubano, e o Centro de Estudos da América que dele ainda faz parte.

Vieram para o Seminário, de acordo com a obra publicada pelo Instituto Cajamar, “los hermanos”: Camilo Domenes (Centro de Estudos) e Juan Valdez, citado na obra como Chefe do Departamento América. Na época, o Chefe do Departamento América era Manuel Piñero Losada, el “Barbaroja”, responsável pela coordenação dos movimentos revolucionários na América Latina (MIR; FPMR chilenos entre outros).

Nome completo desses cubanos: Camilo Domenech Jimenez e Juan Jorge Valdez Paz.

(*) O autor é Consultor em Inteligência e Contra-subversão.

***

Obs.:

Eu, como militar da reserva, assino embaixo de tudo o que o coronel Sávio escreveu acima. Afinal, quando se tem um comandante do Exército que "mija pra trás", como ocorreu no episódio Herzog, quando o general Albuquerque foi obrigado, por Lula e seus cupinchas, de reescrever uma nota que o Exército tinha mandado à imprensa, para agradar aos comunistas hoje no poder, enfim, quando se tem um comandante subserviente, que dá mais valor às mordomias que seu cargo lhe conferem do que honrar o juramento que um dia prestou à nação, de pautar apenas pela verdade, não pela mentira que as esquerdas hoje propalam a respeito da história recente do Brasil, quando se tem um comandante deste tipo, o que mais a tropa poderia esperar? Não causa nenhuma surpresa, hoje, de que nossas tropas estão se transformando em um "bando", como já definiu o próprio sapo barbudo (F. M.).





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