CAI A TARDE
J.B.Xavier
Ao som suave do pianíssimo,
cai a tarde.
Acariciada pela noite,
Ela se deixa esmaecer,
E lentamente,
Entrega-se ao prazer
De desaparecer...
Suavemente entrego-me também,
Aos braços de Morfeu,
E pairo numa realidade
Apenas imaginada...
O piano ao longe
Banha-me a alma
E aconchega-se ao coração
Onde uma melodia acariciante
Baila sobre o panteão dos deuses....
E flutuo como energia pura
Ao som da divina música...
No mais, tudo é silêncio...
Apenas as notas
Esvoaçam ao meu redor
Fazendo-me melhor...
Prados floridos
Estendem-se à minha frente...
Caminhos não pisados
Aguardam meu caminhar....
E o manto cintilante
De uma noite estonteantemente bela
Cobre-me, agasalha-me
Nesse mundo irreal
De delícias plenas...
Novas melodias vêm
E se sucedem...
Alegres, me envolvem,
Me erguem,
Perpetuando esse momento,
E me devolvem
A uma nova realidade,
A uma nova verdade,
A um novo deslumbramento
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