Como aqui na Usina há todo tipo de comportamento religioso, patentes cada um conforme os textos sobre religião vão surgindo, quero esclarecer que também tenho convicções religiosas, e que, exatamente por saber que os limites da mente humana somente Deus conhece, não sou do tipo descrito pelo Géber e nem condeno os que são. Conheço pelo menos duas pessoas que se enquadram perfeitamente nesse perfil auto-enclausurado na instância das interpretações literais dos textos santos.
Uma dessas pessoas era uma senhora, recém convertida à fé evangélica, que abriu a Bíblia numa parte em que falava de feitiçaria; ato contínuo, deduziu que sua vizinha estava fazendo macumba e ficou sem falar com a mesma por dois anos.
O outro caso é ainda mais grave. Um senhor, também neófito, ouviu de seus pastores que qualquer parte da Bíblia que lesse era a mais pura expressão da verdade. Quando leu o episódio da traição de Judas, o homem concluiu que sua mulher o estava traindo com o vizinho. Contratou o serviço de alguns elementos perigosos da redondeza e mandou aplicar uma surra no inocente. Este, ao descobrir porque fora espancando, devolveu as escoriações, elevadas ao quadrado, ao crente desconfiado. O mesmo homem, tendo lido que não podemos nos apegar a bens materiais neste mundo, vendeu todos os seus móveis, e depois, não satisfeito, a casa. Como não tinha onde morar, foi abrigar-se com a mulher e filho numa pequena casa de uma prima da esposa.
Casos como esses mostram como a falta de discernimento tanto de alguns pastores como de alguns crentes pode contribuir para que o Evangelho seja maculado. Quero asseverar, todavia, que a grande maioria dos crentes evangélicos no país é formada por pessoas sensatas e equilibradas. Por que, o contrário fosse, todos iriam morar debaixo de uma ponte e doariam suas casas aos que hoje não têm onde morar...
O companheiro Géber diria que isso é sensatez ou egoísmo? Ops! Cuidado para não entrar em contradições, irmão ateu!!!
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