"A usina de letras é uma pândega, não é sr. João Freitas?", pergunta, sem a vírgula que deveria anteceder o vocativo, Napoleão Bonaparte, que ora ressurge, preocupado com a inverossimilhança do cômputo do número de visitas a certos textos e autores.
"Essa usina é mesmo misteriosa, Napu", responde João de FREITAS Pereira, que já surgiu em ascensão vertiginosamente irresistível (Ui!).
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Um furo jornalístico usineirinho da silva (só pode ser dom): a rede Globo está fazendo propaganda subliminar do comunismo. Sabem aquela ida da Glória Maria à China? Sabem esse papo todo de ficar mostrando Cuba? Pois é. Vejam vocês. Não vale dar risada. São mínimas as nossas possibilidades de fazer um jornalismo sério e investigativo como esse.
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Inspiração, aspiração, olfato: "batom na cueca" é mesmo o que há. Hm! Esclareço, só li o título no quadro de avisos , não tive forças para seguir adiante. Quanto ao quadro , é claro, não resisto. É ali que o site se mostra, oficialmente, por inteiro. Pena que a vitrine tenha ficado tão apertada, tão apartada da realidade circundante.
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Agora está explicado. O site esteve fora do ar por problemas técnicos do provedor Terra, explica o sr. Waldomiro, certamente em atendimento aos insistentes rogos de um dos nossos bravos pagantes, que queria, porque queria, uma explicação. Sempre que o sr. Waldomiro aparece, não posso me furtar à sensação de estar vivendo um momento de realismo mágico.
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"A imensa fila que se formou para os autógrafos do Ziraldo merecia uma reflexão: alguma coisa está acontecendo com a literatura dita infantil e infanto-juvenil."
[Carlos Heitor Cony, "A festa do livro", Folha 26/05/2003]
"Num país em que o número de editoras é maior do que o de livrarias, a Bienal do Rio não deve ter dado lucro para editores, livreiros e autores. Nem é essa a sua finalidade. O lucro é um furo acima do mercado: é ver a criança comprar o seu primeiro livro. E o adulto encontrar o que procurava e nunca achava."
[Idem]
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Notícia triste para músicos e amigos da música: o assassinato do produtor musical Almir Chediak. Ele e a namorada foram sequestrados ao sair de Araras, ele tendo sido morto a tiros nas proximidades do Rio de Janeiro. Almir Chediak deixa uma obra de valor inestimável, uma coleção de Songbooks dos maiores compositores do nosso cancioneiro.
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É a primeira-companheira mesmo quem penteia os próprios cabelos, diz a coluna social da Folha. De vez em quando, diz Marisa, o Presidente faz neles uma escova.
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"Deveremos esperar outro presidente ou romperemos os grilhões que mantêm o Brasil eterno refém da economia mundial?"
[Mauro Morelli]
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"Pior, parece que com juros baixos cairá maná do céu e correrão rios de mel nos esgotos a céu aberto deste país sem saneamento."
[Vinícius Torres Freire, "O país dos debates velhos e fúteis", Folha 26/05/2003]
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Como dizia o cineasta Sérgio Bianchi na sexta-feira aqui no SESC/Araraquara, quando a burguesia festeja com leilão de colarzinho de gato, de diamantes, para ajudar os pobres, alguma coisa só pode estar muito errada.
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Sobre a maré de aposentadorias que se agiganta:
"Quantos anos tem Lula, que começou a trabalhar ainda menino? 57. Quantos anos tinha Fernando Henrique quando deixou a Presidência? 70, acho. Maria da Conceição Tavares, botando fogo pelas ventas? 72. Bibi Ferreira? 80. Fernanda Montenegro? Muitos. Oscar Niemeyer? 94. Todos ti-nin-do."
[Danuza Leão, Folha 04/05/2003]
Por falar nisso, na Universidade Pública Brasileira, não se fala noutra coisa: aposentadorias. Invariavelmente, quando se encontram, colegas comparam seus tempos de serviço e se perguntam quanto ainda falta para que tudo esteja consumado.
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SADDAM, lembram-se?
Dizem que Saddam Hussein consultou uma vidente, querendo saber quando morreria. "Num feriado americano", a vidente respondeu. "Mas qual?", perguntou o ex-ditador iraquiano. "Não importa, qualquer dia que morra será, certamente, um feriado americano.
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"Artista é um produto como outro qualquer."
[Leleco Barbosa, filho do Chacrinha, justificando a prática do jabá]
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"Cada vez mais, graças aos efeitos digitais, tudo é possível (e nada é possível). Cada vez menos se acredita no que se vê."
[Pedro Butcher, sobre Matrix Reloaded, Folha]
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Jorge Coli, da Folha, tem razão. Vale muito a pena conferir "O massacre da serra elétrica", que não é mais um besteirol de horror americano. Tem razão o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque por tê-lo incorporado ao seu acervo. E têm razão os inúmeros leitores que enviaram ressalvas ao colunista da Folha, o filme não poderia ter esse título em português. Melhor seria "O massacre da motosserra", já que o instrumento do massacre não aparece plugado em nenhum momento à rede elétrica. Cenas de cinema puro, como raramente se vê. Sem concessões às falácias do realismo fotográfico. Um filme sujo. Em muitas seqüências, só manchas coloridas se deixam ver na tela. Por elas, o espectador adivinha o centro do acontecimento e seus entornos. Um filmaço. Nem a gritaria é aquela mesma gritaria de sempre. Desconforto? Sim, um desconforto que certamente provém da constatação de que a realidade possa, às vezes, ser tão horrorosa. O filme teve como base um acontecimento real, no Texas, em 1973, quando um grupo de jovens foi trucidado por uma família de doentes mentais num lugarejo perdido, tendo-se salvado apenas uma das garotas, depois de ter sido perseguida pelo mais brutamontes dos dois filhos, empunhando a "motosserra", depois de ter sido submetida a toda sorte de torturas, diante de uma mesa em que pai e filhos comiam, horrorosamente, o seu jantar. Pena que o DVD com o filme tenha sumido das bancas tão rapidamente. O que talvez só faça atestar o acerto do colunista da Folha quanto às qualidades da obra.
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Sorte do Babenco, "Carandiru" não depende de Cannes para completar sua carreira nacional. Enquanto isso, a Miramax vai relançar "Cidade de Deus" nos Estados Unidos, é claro, de olho no próximo Oscar.
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Mas eu continuo de olho no filme do Padre Marcelo Rossi, sobre a vida de Cristo. Com saudade, é claro, daquele cineminha que era permitido até em Sexta-Feira Santa. Em tempo, e por falar em Cristo, messianismo etc., são cinco os filmes sobre Lula quase prontos para cair no mercado. Uau! Culto à personalidade é isso aí. E o bom Nelson Pereira dos Santos está nessa.
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O U-zine termina com um beijo para Maria Georgina Albuquerque, que sempre soube cultivar presença digna dentro do site. E não apenas porque ela tem a mania de achar coisas positivas na maçaroca que eu publico. Confesso que tenho inveja de pessoas como Maria Georgina Albuquerque, que sabe se cercar, sempre, de um halo de poesia. E isso num site em que a poesia verdadeira apenas com extrema dificuldade ainda se encaixa. Um feito. Sou-lhe muito grato por alguns toques preciosos, que me fizeram pensar, repensar, redimensionar este meu chafurdar no belo caos usineiro.
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