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Artigos-->O LIVRO DE POESIAS - JUVENÍLIA -- 25/05/2003 - 00:57 (Marcelino Rodriguez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Marcelino Rodriguez













JUVENÍLIA



JUVENÍLIA



Você me solicitou algumas palavras sobre seu livro Juvenília. Admito que não sou gramático, crítico ou revisor. Daí ter meus olhos atentos unicamente à essência de seus poemas...

Confesso que me senti embriagado ou perdido na pluralidade caleidoscópica das imagens e temas dos seus versos. Fato que me trouxe alegria de dizer: Você é poeta.

Por quê?

Exatamente porque plotinianamente é a essência ou a alma que define a poesia. A forma ou a maneira de dizer não me importou muito. Mas sim o que está escrito no seu livro: páginas que me parecem pequenas ante a exuberância fantástica de sua inspiração. Aliás, o que não lhe motivou inspiração? A vastidão de assuntos trouxe a sua alma a necessidade imperiosa do parto poético multiforme. Tudo e todos ressoam em seu universo secreto de poeta. São reais e sinceras as suas palavras no poema Inspiração:



INSPIRAÇÃO



“Posso escrever dez poemas num dia;

E em dez dias, nenhum.

Eu sou a Harpa, o instrumento

Que um anjo toca

Quando Deus quer”



Luiz Goulart







O Professor Luiz Goulart é fundador da Corrente da paz, entidade espiritualista e filosófica que trabalha com musicoterapia mística, mentalização, afirmações positivas , palestras e busca de saúde, paz e felicidade . Situa-se na rua Senador Dantas 117 – Cobertura 03 – Centro – Rio de Janeiro – RJ - Telefone : 240-7489 – Entrada Franca.





Marcelino Rodriguez, um jovem poeta a explorar o infinito, quando menino conversava com Donald e Peninha enquanto pensava que havia uma porta mágica para entrar no céu.

Depois lhe veio a inspiração que o fez escrever dez poemas num dia; a admiração por Taiguara, um leão de doçura e por Guevara, de olhar aberto, vivo na eternidade.

A adolescência lhe trouxe a vida de Cecília como um beijo da lua, como um afago nos cabelos, que lhe fez descobrir que Deus é azul celeste e depois, jovem, desprotegido como um esquilo, como um pescador que atira no mar sua rede de sonhos, encontrou certa morena.

Volúvel como poeta que é, mandou três declarações a três mulheres diferentes, amou uma mulher por uma noite, se apaixonou pela vizinha de cima, sonhou com uma moça loura, fez canção de ninar a Lu, tentou o diálogo com Valéria, acolheu em casa, com jeitinho serelepe, o anjo do amor.

Agora guarda as alianças da mulher que levou-lhe as esperanças, está com as contas pagas, a mulher em dia, ouve o bate-bate inquieto do coração, vê o vale onde canta o passaredo, encontra um anjo na estrada e armado com a espada do sonho constata que seus vizinhos burgueses estão trancados nas celas de seus apartamentos e tenta resgatar certa maneira de andar na chuva, porque é radicalmente poeta, de inspiração livre, romântico, que pôs o pé na estrada do Sul de Minas, no vale lindo de sonhos.

Assim é o cantor que olha a Praça Afonso Pena como se não fosse desse mundo, bebe a morte no café, caminha sob o sol tórrido de São Cristóvão numa manhã de Domingo, embora tenha o Dom de voar.

Assim é Marcelino Pão e Vinho, O Observador de Pardais. Assim é Marcelino, O Espião de Jesus Cristo. Assim é Marcelino, o autor de Juvenília.



Laura Alcântara.



Julho, 2000.

“Eu paguei a vileza com pombas”

Pablo Neruda





Um dia sonhei com uma andorinha

Que disse que me amava

E jamais me deixaria;

Ela foi meu melhor sonho

— Mas era tudo mentira.

Guardo desse acontecimento

Até hoje as alianças.

Essa andorinha foi a mulher

Que me levou as esperanças,

Mas também meus temores.

Tenho orgulho de só ela

Poder ter ganho de mim.

Já sou além das dores!...

A ela, o livro pedido.





Julho, 2000.



O CAVALEIRO



Minha felicidade

É tão pequena,

Cabe na minha solidão.

As contas pagas, a mulher em dia,

A janela sobre o horizonte,

Um cão me guardando tudo,

Um anjo a brincar no jardim.



Minha felicidade é tão pequena...

No entanto, para consegui-la,

É preciso que eu tenha uma espada

E os sete dons de um cavaleiro,

Pois para conquistar

Minha felicidade

Tão pequena,

Sou eu contra o mundo.



1



MEU MENDIGO



Mesa farta,

Pouca gente.

Meu mendigo

Morrendo de fome.



Grande mar,

Muita gente.

Meu mendigo

Morrendo de sede.



Grande mundo,

Muita gente.

Meu mendigo

Morrendo doente.



Grande baile,

Muita dança.

Meu mendigo

Morrendo coxo.



Grande lixo,

Nenhuma gente.

Meu mendigo

Vivendo contente.

1986





2

SEGREDO DO SEGREDO



Esse bate-bate inquieto

De meu coração,

Diz-me algo que não escuto.

Mas que importa?



Até quando ele é indecifrável e profundo,

Até quando ele me fala

E eu, miseravelmente, não ouço,

Ainda é voz maior.



Deus pode ser esse órgão

Que nos grita e nos leva

A caminho do enigma.



1986.













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