Usina de Letras
Usina de Letras
140 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62231 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22537)

Discursos (3239)

Ensaios - (10367)

Erótico (13570)

Frases (50628)

Humor (20031)

Infantil (5434)

Infanto Juvenil (4768)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140805)

Redação (3306)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6190)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Teses_Monologos-->O general RICHARD B. MYERS queria uma guerra nas estrelas -- 09/10/2001 - 22:44 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Para comandar o exército americano contra um inimigo invisível, o mais alto soldado dos EUA precisa se reciclar

__________________________________________________

Por Katja Ridderbusch
(DIE WELT online, 09/10/2001)
Trad.: zé pedro antunes
__________________________________________________


Na verdade, poder-se-ia chamá-lo de uma figura trágica: General Richard B. Myers, o homem que até fevereiro de 2000 conduzia o comando espacial dos EUA. Como nenhum outro, defendia operações high-tech e o desenvolvimento de sistemas de defesa espacial. Queria modernizar e enxugar as forças militares americanas em nome da técnica esterilizada, rumo a uma nova guerra nas estrelas.
Ao final de setembro, quando assumiu seu cargo como Chefe do Estado Maior, a América era abalada em seus alicerces, e as coordenadas do velho mundo já estavam quase destituídas de valor: com estiletes usados na confecção de tapetes, alguns homens tinham levado feito sucumbir os símbolos do poderio econômico e militar dos americanos, num desolador e surrealmente encenado Armagedon.
Agora a América está em guerra. E Richard B. Myers é o comandante de uma operação que ele próprio jamais teria podido imaginar mais estranha: luta contra um inimigo cuja arma é a agilidade: munidos de alguns jeeps, alguns aviões ultrapassados, fuzis e artilharia de antiga produção soviética – e de uma rede de aliados iluminados por todo o mundo, a ameaçar com o grande golpe biológico. Mas sobretudo incondicionalmente preparados para morrer numa guerra santa.
Contra tal inimigo, de nada valem as armas high-tech e os satélites no espaço. Nenhuma guerra aérea asséptica haverá de conduzir ao êxito. Nos EUA, todo mundo sabe, e o Presidente George W. Bush o anunciou: Nesta operação, serão empregadas tropas terrestres. E soldados morrerão. É provável que comandos sejam destacados, unidades de elite do exército, da aviação e da marinha. Muitos deles, que Myers queria afastar como medida de racionalização. Porta-aviões haverão de desempenhar um papel-chave na nova guerra, super-armas americanas que no plano de Myers, das admiráveis novas forças de combate, nenhum papel mais representariam, por seu vulnerável gigantismo. O contrário aconteceu: três grupos de porta-aviões cruzam, neste momento, o Golfo Pérsico. Deles, na embalagem das armas de precisão comandadas por raios laser, partiram no domingo os mísseis de guerra para desferir a primeira onda de ataques dos EUA.
Myers é o homem errado, no momento errado, no lugar errado. É o que as pessoas gostariam de pensar. Mas talvez essa nova guerra, inteiramente inesperada, ofereça ao general quatro-estrelas da US Air Force a chance de provar o que deveria ser a maior força dos militares em tempos de guerras “assimétricas”: adaptar-se, com rapidez e eficiência.
Sua biografia, em todo caso, faz saber: nascido no estado americano do Missouri, no meio-oeste. Não fez a carreira linear de muitos militares americanos de ponta, não tendo freqüentado academias militares do país e sem ter sido estimulado por bolsas de estudo. Estudou Economia Empresarial, caminho inteiramente normal, na Kansas State University, tendo concluído os estudos com um Master s Degree. À carreira militar ele chegou, não poderia ser menos espetacular, como oficial da reserva da aviação. Ali as pessoas se deram conta da sua forma de pilotar. Richard B. Myers tornou-se piloto de guerra. Em aviões tipo F-4 Phantom, F-15 Eagle e F-16 Fighting Falcon, completou mais de 4000 horas de vôo em sua carreira, 600 delas em operações de luta. Voou na Guerra do Vietnã e obteve alta condecoração.
Myers, estacionado de 1966 a 1968 como jovem piloto em Bitburg, foi comandante supremo da Força Aérea americana no Pacífico, com quartel-general no Hawai, tendo, antes disso, comandado as unidades da US Air Force no Japão. Já havia ocupado vários postos hierárquicos no Pentágono – entre outros, já trabalhou para três de seus predecessores: Colin Powell, durante a Guerra do Golfo; para John Shalikashvili; e, por último, como representante do Chefe das Forças Armadas Henry H. Shelton, de quem, em agosto, foi nomeado sucessor. Há quase vinte anos, é o primeiro general da Força Aérea a ocupar tal posto.
Esse homem de 59 anos de idade, cabelos curtos e meticulosamente repartidos, queixo saliente de guerreiro, sabe tirar da vida intenso proveito: No exíguo tempo livre de que dispõe, monta sua Harley Davidson e viaja pela amplidão das terras americanas. Sem destino. Inteiramente original.
Richard B. Myers é um militar merecedor de uma segunda mirada, um homem a quem nunca intimidou o não-convencional. Talvez os próximos meses venham mostrar que Richard B. Myers é, na verdade, o homem certo para a nova guerra que a América acaba de iniciar.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui