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Artigos-->208. ESQUECIMENTOS VOLUNTÁRIOS -- 16/05/2003 - 06:34 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Agora que aqui estou, já não sei mais o que escrever. É incrível que tenha preparado um texto com tanto carinho e agora, que me vejo na situação própria para a transmissão, sinto um branco na memória e não consigo lembrar-me do que planejara. Sei que terei de aproveitar este momento de formosura espiritual, qual seja o da mediunidade psicográfica, mas temo não poder apresentar nada de bom.



Se o que estou sentindo pudesse ser a mesma reação dos encarnados quando assumem obrigações e depois se esquecem delas, certamente iriam envergonhar-se por não cumprirem os compromissos. O que ocorre freqüentemente, no entanto, é que os homens vêm à carne com desejos de superação de males incrustados nos modos de proceder e, diante das facilitações que o mundo corpóreo lhes oferece para prosseguimento das ações viciadas, se esquecem completamente das promessas. Desse modo, não cumprem o prometido e não conseguem avançar na caminhada redentora.



Eu, ao menos, senti-me envergonhado e estou tentando arquitetar mensagem de advertência, para despertar no leitor desprecavido sentimento correlato, de modo a levá-lo a, judiciosamente, ponderar a respeito da vida, das atitudes, das proezas, para reatar os compromissos assumidos se, por acaso, não estiverem sendo cumpridos. Desse nosso esquecimento que brote, ao menos para o leitor, a lembrança de que muito tem pela frente para caminhar, se quiser um dia obter o privilégio de ascender à mesa do Senhor.



Como deve o leitor ter percebido, a nossa “esquecida” mensagem estava prontinha do jeito mesmo que está sendo transmitida. Declaramo-nos esquecidos de propósito e agora o leitor irá ponderar:



“Falsidade! Como querer que cumpra com meus compromissos, se o espírito que vem verberar contra mim age de má-fé?!”



Pois bem, se o texto estava preparado, é evidente que preparamos também a argüição e a resposta. Do mesmo modo que fingimos esquecer a mensagem, muitos dos encarnados fingem esquecer os compromissos. Se a nós tiver sido feita a censura acima consignada, queira o leitor perdoar-nos a ousadia, mas que vista a mesma carapuça de “má-fé”.



Por último, podemos ser argüidos de extrema sutileza conceptual, promovendo armadilhas e “pegadinhas” para o desavisado leitor. Mas se teve contacto com inúmeros textos moralmente elevados, se perlustrou páginas e páginas sagradas das obras kardecistas, se “devorou” as entranhas dos Evangelhos, se sabe de cor as leis das Tábuas de Moisés, se recitou catecismos e entoou hinos de exaltação religiosa, como poderá se autodenominar de “desavisado”? O que é, isso sim, é muito ardiloso e sagaz, querendo imputar ao texto as falhas que se encontram subjacentes em seu coração.



Em tempo. É preciso que nos penitenciemos diante do leitor puro de coração, temente a Deus, generoso para a vida e para os semelhantes, cumpridor de todas as obrigações cármicas, por tê-lo feito caminhar conosco até este trecho destas “mal alinhavadas linhas”. Mas se o coração for assim tão puro, se a consciência for imaculada, se o procedimento for condizente com todas as normas evangélicas, certamente tal leitor inclui entre suas virtudes a do perdão e não se fará de rogado para nos perdoar uma vezinha que seja, já que está disposto a perdoar setenta vezes sete, segundo os princípios evangélicos.



Graças a Deus, pudemos apresentar-nos para a transmissão. Cremos não ter sido drástico, pois buscamos exprimir-nos com um pouquinho de bom humor para amenizar os conselhos tão sisudos que se contêm nas palavras, pois não há ser humano encarnado que não necessite de estímulo para prosseguir empenhadamente no cumprimento dos deveres para com a vida. Pedimos de coração que nos perdoem as facécias e solicitamos a todos prece de agradecimento a Deus pela sua misericordiosa assistência a estes novatos que se apresentam para a mediunização.









COMENTÁRIO — MANUEL



O texto do querido Dagoberto está cheio de promessas. Sabe que é esperto e inteligente e aproveitou-se dessas qualidades para enlear o leitor em incrível emaranhado de situações sem saída, com cujas conclusões deverá inevitavelmente ter de concordar. Sendo assim, promove profundo exame de consciência, de forma que o impacto da mensagem sobre a inteligência deverá ser proveitoso. O que nos atemoriza é a perspectiva de que alguém possa ver malícia onde só houve ingenuidade. Mas a malícia será ainda do leitor, de forma que Dagoberto está a salvo de tal pecha.



Quanto aos recursos de imantação de que lançou mão, foram suficientes para obrigar o escrevente a permanecer fiel à idéia, embora, aqui e ali, contribuísse com algumas palavras e expressões. Vamos ver se conseguimos fazer com que o intermediário apenas traduza nas palavras por nós indicadas as intuições que lhe fazemos chegar ao centro nervoso da fala, por meio dos impulsos magnéticos.



Estão, pois, de parabéns o irmãozinho da Escolinha bem como o escrevente, que passou por maus bocados, tendo de escrever tanto com tão boa vontade. Reze o pai-nosso e retorne após às tarefas domésticas.



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