MEMÓRIAS
J.B.Xavier
Um sonho de infância que rebusco
Na solidão tristonha da memória
Um conto de fadas onde ofusco
Lembranças de minha própria história.
Uma lágrima que desce, ensandecida,
Correndo tormentosa em sua fuga,
Seguindo os caminhos, na descida,
Do vinco sorridente de uma ruga...
No pôr do sol, o fundo majestoso
De enredos que sonhei, todos de amor,
Hoje um filme triste e lacrimoso
do qual sou o único expectador.
E de todos os sonhos que sonhei
Em nenhum foi maior e doce a glória
Do que teu rosto de anjo que guardei
Na solidão tristonha da memória!
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