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Artigos-->O ser e o tempo - um clichê filosófico -- 07/05/2003 - 12:23 (Clóvis Luz da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A força do tempo é devastadora lâmina que separa o homem de suas mais valiosas aspirações. É ácido que desintegra sonhos. Martelo implacável que esmiuça a rocha das convicções e remédio que nos deixa para sempre enfermos. É fugacidade vestida em trajes perenes, ainda que não se mantenham novos eternamente. O homem busca fugir do tempo...Mas não pode fazê-lo enquanto for homem. Teria que ser além do humano, estar além do humano. É próprio do homem fustigar sua alma com questionamentos que ele não sabe responder. E nem ao menos admite que esse vazio de respostas é já a mais eloqüente delas, a partir da qual deveria reconhecer a nulidade de toda filosofia até aqui empenhada em resolver a inquietude existencial de todos nós.



Dizer-se-ia que falar no tempo como algo real é uma tola tarefa, vez que não se pode determinar o que é o tempo. Afirmar-se-ia que homem e tempo são instâncias refratárias, uma repulsando a outra na medida em que não se podem medir pelos mesmos parâmetros. A razão que determina ser o tempo uma entidade real, é a mesma que estabelece não ser o tempo elemento de reflexão por faltar exatamente objeto naquilo sobre o que se quer refletir. Não é isso uma contradição? Quantos filósofos perderam anos de sua vida tentando estabelecer o que é o tempo? Quer dizer, temos a irônica relação entre a necessidade de se conhecer um elemento e o fato de, para tanto, ser indispensável estar nesse elemento, e a constatação de que, dentro desse elemento, é impossível conhecê-lo ou mesmo pensar sobre ele uma vez que sua presença em nós impede que conheçamos sua essência, visto que a impressão da mesma pode ser contaminada pelo não afastamento que nos permitiria um juízo seguro e sereno do objeto de nosso julgamento.



E, exatamente como sugere Heidegger em sua indagação “o que é isto, a filosofia?”, é certo que poderemos falar apenas sobre o tempo, mas não o que é o tempo. Um fato é se falar o que algo é, outro é falar sobre esse algo. Não? Um caminho proposto para concordamos com essa diferença é o seguinte: como falar de alguém que você não conhece plenamente? Fale-me sobre seu irmão. Isso é possível porque você conhece seu comportamento, suas reações, o modo como ele responde aos estímulos da vida. Todavia, algo muito diferente é você dizer exatamente quem é o seu irmão, porque pra isso você precisaria conhecer a mente, os pensamentos dele. Tal afirmação é absurda?



Creio que essas primeiras considerações são suficientes para que o leitor conclua o quão estéril é a busca filosófica por saber o que é o tempo. Quanto a mim, satisfaço-me em saber que meus dias na terra, o meu tempo neste mundo, foi desde a eternidade estabelecido por Deus, a Quem brevemente estarei encontrando; será então o momento de conhecer um tempo em que o tempo não existe...

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