SÃO PAULO - Levantamento divulgado nesta terça-feira mostra que 39% das reclamações registradas no Procon de São Paulo em 2004 foram direcionadas para o setor de telefonia. Os bancos ficaram em segundo lugar no ano passado, com 19% das reclamações, seguidos pelos planos de saúde (9%) e cartões de crédito (9%). O setor de capitalização recebeu 6% das reclamações e energia elétrica, outros 3%.

Segundo os técnicos do Procon, o maior número de reclamações permanece ocorrendo na área de telecomunicações, não só por força de um grande déficit de informações, mas também por informações prestadas ao consumidor sem a clareza necessária na contratação de planos ou promoções.

O Procon registrou no ano passado, 345.447 atendimentos. Em 84% dos casos, houve solução, mediante orientações ou mediação entre as partes, sem necessidade de instauração de processos administrativos.

No ranking dos que receberam mais reclamações estão, por ordem: Associação Auxiliadora das Classes Laboriosas, Nextel Telecomunicações, Seguradora Roma, Solemar Hotéis Camping Clube, Eletropaulo, Samsung Eletrônica da Amazônia, Siemens, Bradesco, Banco do Brasil, e Tim.

Dos 33 mais reclamados, além de Bradesco e Banco do Brasil, estão também o ABN (12º), Panamericano (13º), Banespa (16º), Caixa Econômica Federal (18º), Itaucard Financeira (20º) e Credicard (27º).

Os correntistas de bancos continuam sendo vítimas de golpes e fraudes ocorridos no interior das agências bancárias. Segundo o Procon, os golpes envolvem principalmente operações eletrônicas de saques e transferências de valores pelo uso de cartões eletrônicos não reconhecidos pelos consumidores.

De acordo com os técnicos da entidade, os consumidores não podem ser responsabilizados pela falta de segurança do sistema eletrônico do cartão, que continua permitindo fraudes, tanto nos caixas de auto-atendimento quanto nos terminais 24 horas.

No cartão de crédito, a maioria das reclamações diz respeito a cobranças indevidas nas faturas ou despesas referentes a produtos nos quais o titular do cartão não solicitou (como seguros e títulos de capitalização).

Os titulares dos cartões de crédito também têm recebido em suas residências ligações telefônicas de empresas fornecedoras de cartões de descontos. Essas pessoas prometem aos titulares dos cartões descontos em compras efetuadas com cartões de crédito que não são verdadeiros, segundo o Procon, já que o desconto só é válido na rede credenciada pela empresa. Nas financeiras, uma dúvida bastante freqüente se refere ao valor cobrado para quitação antecipada de contratos de financiamento.