Arthur Miller foi um dos maiores dramaturgos da história da humanidade, autor de peças geniais que depois viraram filmes como “Morte do Caixeiro-Viajante” e “As Bruxas de Salém”, muito vivaz e crítico feroz do autoritarismo, Miller em sua literatura estava sempre levando ao primeiro plano das atenções questões sociais até então ignoradas em seu país, os Estados Unidos.
Mas o que mais me chamou atenção à vida desse escritor foi o fato dele ter sido casado com Marlyn Monroe...como se a mente perfeita estivesse casando-se com o corpo perfeito...beleza e inteligência magnificamente unidas, perigosamente juntas, se abraçando e se misturando num romance que infelizmente pouco durou...foram casados entre 1956 e 1961.
Mas não se casa com mulheres como Marilyn sem pagar um alto preço...Miller jamais foi o mesmo depois dela, fico aqui imaginando como teria sido essa união tão inusitada e ao mesmo tempo tão intrigante, a fragilidade ingênua de Marlyn unida à racionalidade intelectual de Miller, os opostos que se atraem....mito com mito, o charme sensual dela se unido à sensibilidade racional dele...o mito de uma mulher extremante sexy e sem muita profundidade é capaz de atrair qualquer homem...Marlyn é o arquétipo de Deusa que povoa o inconsciente coletivo das almas masculinas
Sobre seu primeiro encontro com Marlyn, Miller diz: “Quando nos demos a mão, o movimento do corpo de Marilyn me atingiu como um choque”...imagino a onda de êxtase que percorreu a superfície da pele de Miller nesse momento, o deleite das pessoas inteligentes e sensíveis é orgástico...a beleza entorpece até as mentes mais intensas.
Foi de Miller a frase que mais me impressionou sobre Marlyn Monroe: “ Marlyn era uma poetisa de rua que queria recitar seus versos para uma multidão ávida por arrancar-lhe a roupa"...e ele soube bem despi-la não só de suas roupas, mas também tirar do corpo a sua alma.
Miller em sua autobiografia, descreveu de maneira muito dolorosa e vívida seu casamento com Monroe , relatando a personalidade da atriz como uma mulher assombrada pelos fantasmas de uma infância infeliz que acabou por destruí-la.
Miller foi um espectador impossibilitado de fazer qualquer coisa, incapaz de salvá-la e, no final, de suportar os acessos de raiva dela. Monroe, disse ele, era a mulher mais triste que ele conheceu na vida, e o relato que escreveu sobre a união deles é tão contundente e poderoso quanto qualquer dos outros dramas de sua autoria.
Penso que Marlyn viu em Miller algo parecido com um pai , alguém que com sua inteligência fosse capaz de dar um jeito nela, de expulsar seus medos e fantasmas para fora de uma vez por todas de sua vida, da mesma forma que homens tem seus mitos femininos muito ligados ao sexo, a beleza e algumas vezes a figura de uma mãe, as mulheres tem como objetivo emocional, mesmo as mais resolvidas, encontrar alguém que lhes proteja e lhes façam sentir plenas e seguras...o ideal arquétipico para as mulheres é um homem que seja ao mesmo tempo, se possível, belo e interessante e que reúna as qualidades de sensível , sincero e fiel.
Monroe e Miller são a prova que os opostos se atraem, mas a tarefa de manter uma união de contrários é arduamente dura e complicada, e contem também implícita a velha historia de que se você primeiro não se amar, não será capaz de amar ninguém, nem a mais bela ou a mais brilhante das criaturas.
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