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Contos-->O FOGO E A ÁGUA – UM MOMENTO DE REFLEXÃO -- 17/07/2001 - 14:52 (J. B. Xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O FOGO E A ÁGUA – UM MOMENTO DE REFLEXÃO
W. CHAN KIM E RENÉE A. MAUBORGNE
Tradução: J.B.Xavier

No século IV a.C., escondido nos limites da província de Lu, estendia-se o distrito governado pelo Duque Chuang. Embora pequeno, o distrito havia prosperado bastante na gestão anterior à do duque. Mas, desde que Chuang assumiu o governo, os negócios tinham-se deteriorado. Confuso, o duque se dirigiu à montanha de Han para receber um pouco de sabedoria do grande mestre Myu-Sin.
Ao chegar à montanha, encontrou o mestre sentado calmamente sobre uma grande pedra, a contemplar o vale. Depois de lhe explicar a situação, Chuang esperou com ansiedade que o mestre falasse. Myu-Sin, no entanto, não disse uma só palavra. Deu apenas um pequeno sorriso e convidou o duque a acompanhá-lo.
Silenciosamente eles caminharam até que o rio Tan Fu lhes molhasse os pés. A outra margem não podia ser vista, tão largo ele era. Depois de meditar olhando as águas, Myu-Sin preparou uma fogueira. Quando as labaredas já subiam altas, o mestre fez com que Chiang se sentasse ao seu lado.
ficaram ali sentados por longas horas, enquanto o fogo queimava brilhante. A noite veio e se foi. Quando a aurora chegou as chamas já não dançavam mais.
Myu-Sin apontou então para o rio, e pela primeira vez desde que Chiang o encontrara, falou:
- Agora você é capaz de perceber por que é incapaz de fazer como seu predecessor fez para sustentar a grandeza de seu distrito?
Chuang olhou-o perplexo. ele sabia agora tão pouco quanto antes. Sentiu-se envergonhado.
- Grande mestre - ele disse - desculpe minha ignorância, mas não consigo alcançar sua sabedoria.
Myu-Sin então falou pela segunda vez:
- Reflita, Chuang, sobre a natureza do fogo que queimava à nossa frente. Era forte e poderoso. Suas chamas subiam e dançavam, como se se vangloriassem de algo. Nenhuma grande árvore ou animal poderia igualar-se em força. Com facilidade, as chamas poderiam ter conquistado tudo ao seu redor. Observe agora, chuang, o rio. Começou como um pequeno fio nas colinas distantes. Às vêzes rola macio às vêzes rápido, mas sempre navega para baixo, tomando as terras baixas como seu curso. Contorna qualquer obstáculo, abraça qualquer fenda, mitiga a sede de qualquer criatura viva, tão humilde é sua natureza. Sua água não pode ser sentida, e, onde ele corre manso, sequer pode ser ouvida, tão gentil é sua natureza.
E no final, o que sobrou daquilo que foi o poderoso fogo? Um punhado de cinzas. Por ser tão forte, ele destrói tudo à sua volta, mas também se torna vítima. Ele se consome com sua própria força. O rio, ao contrário, é calmo e quieto. ele vai rolando. crescendo, ramificando-se, e tornando-se mais poderoso em sua jornada em direção ao oceano. ele provê a vida e sustenta a todos.
Depois de um momento de silêncio, Myu-Sin voltou-se para o Duque.
- Há administradores que são como o fogo, poderosos e autoritários, e há os que são humildes como a água, donos de uma força interior e capazes de capturar o coração das pessoas. Aqueles nada constroem. Estes trazem prosperidade às suas províncias. Reflita, Chuang. Talvez a resposta para seus problemas esteja aí.
Como um feixe de luz, a verdade se acendeu no coração do Duque. Chuang ergueu os olhos. Tendo deixado seu orgulho de lado,ele agora so via o nascer do sol, do outro lado do rio.

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