PAIXÃO
Maria Hilda de J. Alão.
Voluptuosa...
Força poderosa,
Anjo de inocência
Ou ato de inconseqüência?
A paixão carne, só o desejo
De corpo no corpo, um beijo,
As roupas no chão,
Gemidos de penetração.
Na garganta o canto,
Logo depois o pranto
Temporal de desencanto...
Espinho de rosa
Esta mulher desdenhosa
De alma sedenta
Por língua aflita.
Oh brasa infinita
Do fogo da desilusão,
Chama eterna de um dragão
Na desértica existência.
Tu paixão, mulher perigosa,
De inteligência ardilosa
Bacante de tantas orgias,
Ao som de flautas e violinos,
Cabeças em bandejas luzidias
Aos teus pés como troféus
De uma batalha de perdedores.
Depois só as lembranças doloridas,
Na mente, das cenas coloridas,
E das marcas de dentes
Nos corpos ardentes...
06/10/07.
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