Israel anuncia plano para acabar com pelotões religiosos nas Forças Armadas
25/01/2005 - 12h04m
Reuters
TEL-AVIV - As Forças Armadas de Israel disseram nesta terça-feira que começariam a desmobilizar as unidades compostas apenas por judeus religiosos oriundos de seminários paramilitares, centros de apoio a colonos. A medida foi anunciada antes da implementação do plano de retirada da Faixa de Gaza.
Ao anunciar a medida, o major-general Elazar Stern, chefe da divisão de recursos humanos das Forças Armadas, afirmou temer que "o sentimento inicial" de alguns dos soldados das unidades religiosas era de "não participar" da retirada dos colonos.
Mas Stern disse acreditar que eles mudariam de opinião e rebateu as notícias publicadas em jornais israelenses de que a medida tinha relação com o plano de desocupação dos 21 assentamentos da Faixa de Gaza e de quatro da Cisjordânia.
- Nunca desejamos ter contingentes ideológicos nas Forças Armadas - afirmou Stern.
No começo do mês, o Exército deu baixa em seis oficiais da reserva que ameaçaram desobedecer às ordens de retirar os colonos das terras ocupadas por Israel desde 1967.
Centenas de estudantes de seminários ortodoxos, partidários da idéia de que Deus teria concedido aos judeus o direito de ocupar a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, ingressam nas Forças Armadas todos os anos em meio a um programa que reúne os estudos religiosos e o serviço militar obrigatório.
Durante dez meses, eles ficam em pelotões ortodoxos onde podem manter seu estilo de vida religioso.
- A partir da próxima rodada de recrutamento, em março, em vez de termos 30 estudantes de seminário em um pelotão separado, eles serão dispersados - disse Stern.
O rabino David Stav, porta-voz do programa de seminários paramilitares, considerou essa uma decisão política e pediu que as Forças Armadas reconsiderassem a medida." (Globo Online, 25/01/2005).
Enfim, alguns estão começando a perceber que a paz é difícil quando há um deus no meio.
