Usina de Letras
Usina de Letras
105 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62237 )

Cartas ( 21334)

Contos (13264)

Cordel (10450)

Cronicas (22537)

Discursos (3239)

Ensaios - (10367)

Erótico (13570)

Frases (50635)

Humor (20031)

Infantil (5434)

Infanto Juvenil (4769)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140809)

Redação (3307)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6192)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->1954e - Sempre Ela -- 30/01/2009 - 23:50 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Tadinho, também ontem comeu muito virado, atacou o fígado, tá com ànsia - tenho na orelha mais ou menos por aí, mais o tal do Metiocolin e a Dona Cida, falando pra alguém. Uma por ano, umas sessenta ao todo, talvez.
Em setenta, dava aulas de datilografia, era um ás naquelas máquinas enferrujadas, ela atacou, fechei a escola e fui correndo prá casa, de novo, a D.Cida variou um pouquinho, mas, repetiu acima, contando à filha de um conhecido, que até me paquerava. Como vinha, sumia. Claro que era extravagància com comida.
Assim ia, estava lá na fábrica de adubo, da Cooperativa, no Jaguaré, ajudando na carga, eis. Desci na cabine e fiquei quietinho, o pai tocou o caminhão onzetreze e eu ali, com ela, foi passando, terminando na Cantina Baú, já em São Roque. Que cantina, cada churrasquinho, humm. Depois, dessa viagem, não lembro nada, mas ela até ficou.
Não sei se me pegou, em Itapetininga, acho que nem na Eucatex, mas na AEG, em dezembro de setenta e cinco, eu e a secretária de compras, na avenida Santo Amaro, numa daquelas choperias da época, fechando a festinha de fim-de-ano. Tomei um chopinho e não é que ela surgiu, ainda tive que voltar guiando o meu fusca amarelo, depois fiquei no ambulatório umas horas, ninguém entendeu, acharam praga da moça, uma sem noção.
Estão vendo ela virando evento, cada surgida, mais senhora de si vai ficando e com ela ninguém tasca. Deixe estar.
Teve uma outra vez, essa das boas. Estudava lá na Brasas School, eu e a Edna, cheguei seis e meia, ela veio e ficou, puxa, ficou mesmo; deixamos o fusqueta estacionado e de táxi, fui pro Hospital Modelo, perto da Paulista. Aí, piorou, um daqueles meninos de branco, se disse médico e me colocou numa coisa meio tenda, meio um cercado de panos, deitei ué, fazer o que. Umas horas depois, o coisa de branco voltou e lançou - Isso aí é tumor. Tumorrr, é. Espere aí pros exames. A Edna tremeu. Deu meia-noite, fugimos do tal hospital, tripudiei o fusquinha até Pirituba, antes que o seu José me matasse. Cheguei e dormi até quatro horas do dia seguinte. Mesmo dia, marquei neuro e fui saber do tumor. Era uma sexta e a médica, agora sim, uma nissei calma e segura de si, olhou e disse - como pode um moço bonito sofrer assim. Viu, ela, sim ela, é apenas uma enxaqueca, tome uns ormigreins que passa, vá embora. Eu até já conhecia os orminãoseioque.
Deixei quieto, até esqueci dela por um bom período, acho que não virou evento, nem nada, só me atacou, num sábado, olhei para a persiana e não vi uma metade, foram seis dos ormigreins, fiquei com ela oitenta e um inteiro, pois onde já se viu tomar seis comprimidos, o máximo eram dois. Quase um ano, ela comigo, até que o Zéaugusto, na faculdade disse - ce ta cumxaqueca. Anote aí o telefone do doutor Edgard. Era caro, mas, fui uns quatro meses depois. Ele pegou pesado nela, não deu chance, fiquei freguês dele por uns vinte anos ou mais. Coitadinha dela, quase não aparecia.
Bem, aparecia, umas e outras, só que agora eu tacava Neosaldina e tudo de bom, teve uma mais forte, a das cocadas, põe cocada nisso, foram tantas na sexta, que no sábado não deu outra, fiquei de molho, haja neosa.
Ano passado, não é que ela atacou por todos os flancos, baixei a guarda e dia sim, dia não, ela, só dava ela. Foi lá em Botucatu, em hora imprópria, em casa, na fábrica, na aula, na estrada, tenho neosaldina de balde, em todos os lugares. Descobri ser arte do tratamento ortomolecular, convenci o Doutor Antonio a mudar. Mudou, sumiu. Sumiu nada, fui comer no Assaggio, padóca da boas, capuccino e café, mais um sanduba, ela apareceu, tasquei-lhe treis neosaldina de uma vez. Coitada, arregou num instantinho. Sempre ela, companheirona chata. Sempre ela.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui