Nesse mundo, nessa vida,
nesses prédios e casas abandonadas.
Ah, são tantos os medos, os problemas,
as más-virtudes,
a plenitude das doenças,
as vacinas erradas,
as competições inconsequentes.
Vivendo assim, eu vivo assim,
tento ou deixo, as vezes deixo tudo
de lado.
Não olho da janela, nos dias de sol,
de corridas, de telefonemas atrasados.
Não olho e fico eu, sozinho nom eu quarto.
Perco a noção, quero que tudo na TV se foda.
Todas aquelas idiotisses, as mesmas mortes,
os mesmos anônimos, os mesmos comentários,
a mesma compaixão fingida, um conforto de ego
vulgar...
A bondade das pessoas me injuria fortemente.
As mesmas caridades, as mesmas solidariedades,
as mesmas consciências fajutas e individualistas.
As sombras, os medos, os gritos, o controle,
o freio, quebrados, eu, calado, o silêncio
da música sufocando.
De repente me vi sorrindo.
De repente vi meu quarto assombrado e terno.
As vezes é melhor fechar a janela,
fechar os olhos e deixar o mundo andar sozinho. |