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Artigos-->Milagres econômicos também demandam crenças -- 08/06/2001 - 17:46 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
No caderno DINHEIRO, da Folha de São Paulo desta sexta-feira, 08/06/2001, o engenheiro e economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, na coluna Opinião Econômica, afirma:



"Os brasileiros já se habituaram com o fato de que os preços dos produtos que consomem e o valor dos salários que recebem mudam muito pouco ao longo do tempo."



Seria preciso considerar que, quando este "milagre" despontou em nossos horizontes de expectativa quase sempre nula, os preços dos produtos que os brasileiros consomem foram para o espaço, enquanto o valor dos salários que recebem se viram congelados. Tem razão o colunista: "o valor dos salários que recebem muda muito pouco ao longo do tempo", como está coberto de razão ao dizer que "os brasileiros já se habituaram com o fato".



E o articulista prossegue:



"Ainda levam alguns sustos, como o que ocorreu recentemente com o trabalhador de São Paulo, que arcou com um aumento de mais de 30% no preço da passagem de ônibus. O mesmo acontece ainda, embora com menor intensidade, com algumas tarifas públicas reajutadas anualmente."



Talvez ele esteja pensando, também, no IPVA, um imposto que, ao que nos constava, era destinado à preservação das estradas de rodagem. Privatizaram-se as estradas, livrou-se o Estado desses encargos, mas continuamos a pagar essa tarifa pública reajustada (e como!) anualmente. E "os brasileiros já se habituaram com o fato".



Algumas sugestões deste leitor:



Que o articulista inclua, a posteriori, entre os sustos a que se refere, esse último susto, por acaso também na casa dos 30%, que foi o anúncio de aumento do pedágio nas estradas do Estado de São Paulo.



Na última vez que fiz uso de uma delas, tive um como que pressentimento. Ao desembolsar (quantas vezes?) aqueles minguados cinco reais e quarenta centavos a cada cento e poucos quilômetros, imaginei que não tardaria a ter de me desfazer de inteiros seis reais numa próxima epopéia, resolvendo um problema sempre complicado que é o de ter ou não ter moedas, dinheiro trocado.



Pois aí está. Não é preciso ser Mãe Dinah para adivinhar essas pequenas mudanças imperceptíveis. Tem razão o articulista, nós, brasileiros e brasileiras, já nos habituamos à durabilidade desse milagre econômico que não ousou se proclamar um "milagre", como o fizeram e com alarde, seus predecessores. Mas, à época, ditaduras também usavam, e sem pruridos, o nome a que fazem jus.



Que fique esta indagação, mera curiosidade minha, sobre a destinação dessa vultosa quantia que pagamos como imposto para preservação das estradas de rodagem, o IPVA.



Que fique também a minha consideração pelas empresas que assumiram, nesse processo galopante de privatização, a conservação das estradas. Sei das dificuldades com que têm arcado para dar conta desse pesado ônus, o que as obriga a seguidos reajustes nas tarifas. Reconheça-se ainda o empenho envidado na ereção desses verdadeiros monumentos que são as Praças de Pedágio. Sobretudo, o cuidado estético com essas, diria, modernas catedrais pelo avesso.



Que fique também a minha constatação: a Rodovia Washington Luis, só para citar aquela que mais freqüentemente me serve, está um verdadeiro "autorama". Tal a profusão de adereços, painéis, pinturas, avisos e pequenos sustos com que nos brindam os seus estrategistas.



Na última viagem que fiz, às 10 horas da manhã encontro uma Praça de Pedágio, logo depois de São Carlos, no trecho entre esta cidade e Campinas, feericamente iluminada. Um susto. Tomei-o como um anúncio de que o apagão não passara de um malentendido.



Uma placa, a última novidade em termos de ordem unida, anunciava que jogar lixo nas estradas pode custar caro. Algo entre os oitenta e os noventa reais, com aqueles quebrados misteriosos, carentes de uma explicação mais detalhada. E com direito a perda de quatro pontos em carteira. Um punhado de sustos. Concluí que ainda está em vigor aquele Código de Trânsito rigorosíssimo, que foi o equivalente do apagão há alguns poucos meses em ocupação de espaço na mídia.



Só mais uma frase, pinçada ainda do artigo do Sr. Luiz Carlos Mendonça de Barros, tentando ainda achar um jeito de festejar os "Oito anos de Pedro Malan" (é este o título do seu artigo):



"A estabilidade da moeda é hoje um valor na nossa sociedade!"



Perguntaria:



Na "nossa" sociedade?

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