PROFANAÇÃO
© J.B.Xavier
E então, quedo-me,
Num silêncio profano
Quando te vejo sorrir...
Reviravoltas latejantes
Expandem meu sangue,
Numa tempestade interior,
De um corpo que anseia
Por mais amor...
Incertezas alvoroçadas
Passeiam
Pelo meu semblante
E o resumo de um instante,
Como um átimo flamejante,
Ilumina meu interior...
Depois,
Numa dormência
Que me enleva,
Tudo se faz treva...
Nesse silêncio profanado.
E assim, te olhando,
Fico aqui, parado,
Hipnotizado,
Por esse sorriso franco...
Um sorriso,
Que já não vejo há tanto,
Um coração que pulsa
Endoidecido,
E um suave acalanto,
Que de tão belo,
É desumano,
Me liberta
Desse silêncio profano...
* * *
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