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Artigos-->PSICOLOGIA DA RELAÇÃO NA EMPRESA -- 15/04/2003 - 20:04 (Sidinei Cruz Sobrinho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


PSICOLOGIA DA RELAÇÃO NA EMPRESA



por Sidinei Cruz Sobrinho*





INTRODUÇÃO



O presente trabalho aborda um modelo particular de relação humana: a relação de ajuda. Para isto, apresentaremos, de forma breve e o mais objetivamente possível, as razões que nos levam a dissertar sobre este assunto.



Ora, em se tratando de seres humano, precisamos compreendê-lo, ou melhor, tentar o compreender em todos seus aspectos, pois todos eles, direta ou indiretamente influenciam no agir humano. A relação de ajuda aparece como elemento necessário para uma boa integração dos indivíduos, de forma tal que, como o próprio termo já diz, eles se ajudam ou são ajudados por alguém interessado (psicólogos...) e, é claro, com o interesse deles próprios.





Dividimos a pesquisa aqui realizada em três capítulos, de modo que estejam ambos interligados e sigam uma linha a nos levar a uma melhor compreensão do tema discutido.



Primeiramente damos um enfoque psicológico do homem. Seria melhor, para um estudo mais aprofundado, darmos também um enfoque antropológico e sociológico. Mas optamos por nos deter sobre o enfoque psicológico, por termos nele encontrado maior fundamentação para a necessidade da relação de ajuda e ser, através da psicologia, o caminho mais adequado para melhor se desenvolver tal relação. Ainda neste primeiro momento, destacaremos o indivíduo no aspecto social e individual, a formação do ser social e os fenômenos de ajustamento e desajustamento.



Já num segundo capítulo, nosso pensar paira sobre a necessária relação de ajuda. Teremos então, como subdivisões auxiliares para a compreensão e desdobramentos deste item, a compreensão da natureza humana, e os aspectos de objetividade e subjetividade que envolvem a ação do indivíduo. O que nos mostrará a atenção que devemos dar ao todo do indivíduo numa entrevista, numa relação de ajuda.



Por fim, trabalharemos diretamente sobre a relação de ajuda, onde tentaremos demostrar, após todo o exercício realizado, a sua necessidade e concluiremos afirmando a sua aplicabilidade ao campo administrativo, assim como o pensamos que pode ser feito.





I – O HOMEM NUM ENFOQUE PSICOLÓGICO.





O enfoque psicológico que aqui pretendemos estudar no homem, constitui-se numa breve abordagem sobre concepções de homem na psicologia contemporânea, a relação do homem com o seu meio (indivíduo e comunidade, indivíduo e sociedade), formação do ser social e a caracterização do mecanismo de ajustamento.



As concepções acerca do homem na psicologia contemporânea são múltiplas, mas de um modo geral, se destacam duas correntes distintas que são: a concepção mecanicista e a concepção totalitária. O deter-se, mesmo que brevemente sobre ambas, nos proporcionará uma melhor visão, em âmbito psicológico, de como encarar o fenômeno humano e todas as suas manifestações, no seu ser e no seu agir, numa relação de ajuda.



A concepção mecanicista reduz o homem a um ser movido por instintos: se lhe é provocado X estímulo, automaticamente dará Y resposta. Pavlov desenvolveu experiências com cachorros e tratou o homem no mesmo nível, empregando o método Estímulo-Resposta. Temos consciência de que, se refutarmos em absoluto esta teoria, estaremos cometendo o mesmo erro de que se a absolutizarmos. Portanto é necessário compreendermos que em, e para alguns aspectos e atividades humanas ela é de grande importância e resulta verdadeira, porém somente em alguns casos.



A concepção totalitária, por sua vez, vê o homem como um todo que se desenvolve. Quando dizemos: um “todo” que se desenvolve, falamos num processo, num constante vir-a-ser. O homem, a vida humana é um processo, em evoluir sem perder a essência, e mais, em expandir, eu desvelar, um atualizar constante desta mesma essência. O homem como um todo que se desenvolve está situado, e, em seu contexto situacional, seu nicho ecológico, cria condições para seu desenvolvimento. Portanto, agora, trataremos do homem em relação ao seu meio, para caracterizarmos sua condições de ajustamento e desajustamento.



1.1 – O social e o individual



Os estudiosos de Psicologia Social, preocupam-se na compreensão da “tendência” psíquica do homem para a formação da comunidade.



Brugger nos lança pistas para uma reflexão neste plano. Ele nos diz que:



“A base ontológica da tendência psíquica para a comunidade não é nenhuma misteriosa ‘alma supraindividual’ ou um ser uno originário de uma corrente consciencial única que influi através de todos os indivíduos, mas é, por um lado, o entrosamento do psíquico com as conexões vitais biológicas e, por outro lado, a riqueza do espírito pessoal que impele à autocombinação, tendência esta com a qual corre paralela uma correlativa necessidade de complementação por parte da alma alheia”.





Ao referir-se à base ontológica da tendência psíquica para a formação da comunidade, própria do homem, Brugger situa-o como um ser que supera seus próprios limites, se dá a si mesmo e, por outro lado, em sua pobreza, necessita de contemplação.

Sabemos, atualmente, que o alimento psíquico vital para o ser humano é a afetividade.



“Para sobreviver, tanto quanto de alimento para o corpo, o homem precisa ser nutrido emocionalmente. Desde bebê, ele procura essas fontes de equilíbrio que lhe garantem a s condições de se desenvolver em segurança. Quando elas lhe faltam, sem motivação e estímulo para continuar existindo, o ser humano, literalmente, morre”.





O reconhecimento e a atenção constituem-se em elementos vitais da nutrição psíquica do homem. A necessidade afetiva o impulsiona para os semelhantes. Vivemos de trocas afetivas. Desde o simples cumprimento (“Bom dia!”), até as carícias afetivas de um casal, constitui-se nossa vida emocional-afetiva. Sem um equilíbrio afetivo a pessoa vai, aos poucos, perdendo o gosto de viver.



Logo, o fundamento, o sentido nobre da vivência social, da relação indivíduo-sociedade (no plano psicológico), está nesta necessidade ontológica. O amar e ser amado fundamentam nossa propensão ao social. A conduta social espiritual, coloca em relação o homem e seu semelhante como portadores de valores. Manifesta dois valores que se completam fundamentalmente: o respeito como mantedor da distância frente o valor pessoal do outro, estimando-o, e o amor que, através da imitação, da doação criadora e do impulso de “sermos-nós”, almeja o valor de outrem.







1.2 – Formação do ser social



O indivíduo encontra-se, desde o seu primeiro momento de vida, inserido num contexto histórico, “pois as relações entre o adulto e a criança recém nascida seguem um modelo padrão que consideram correta.” (LANE, 1984. p.68).

A sociedade possui normas e leis que institucionalizam comportamentos que historicamente vêm garantindo a manutenção desse grupo social. São estas normas que determinam os papeis sociais e as relações sociais. É neste contexto histórico, com seus valores e comportamentos quase que padronizados que o indivíduo inicia, assimilando os valores, o processo de formação do “ser-social”. A partir do confronto dos semelhantes e a tomada de consciência própria forja-se a identidade do indivíduo.



“O viver em grupos permite o confronto entre as pessoas e cada um vai construindo o seu ‘eu’ neste processo de interação, através de constatações de diferenças e semelhanças entre nós e os outros. É neste processo que desenvolvemos a individualidade, a nossa identidade social e a consciência de si mesmo.”



Vimos assim, brevemente, o indivíduo na suja realização com o social. deter-nos-emos a partir de agora, no fluxo e refluxo que surge desta relação, ou seja do ajustamento e desajustamento como resultado da interação ou não interação do indivíduo com o seu meio.



1.3 – Ajustamento e desajustamento



todo o ser humano possui, segundo Maria Lúcia Hannas, um feixe de necessidades ou tendências, as quais constituem o motor de nossa personalidade. São as necessidades de carinho, doação de amizade, compreensão, necessidade de amar e ser amado, de valor... São tais necessidades que impulsionam as pessoas à ação, contudo, elas só encontraram realização entrando em contato com o mundo com os outros, enfim, com o meio que as envolve.



O ser humano se ajusta de maneira integral, impulsionado por sua natureza constituída pelo impulso de um constante atualizar-se, um constante vir-a-ser:



“Poderíamos então dizer que o ajustamento é o processo psíquico através do qual o homem busca harmonizar o seu EU com o MUNDO, reduzindo a tensão interna, ou mantendo-a até realizar o que pretende. (...). Deste processo resulta um estado de ajustamento, quando as reações são desproporcionais e não conformes à natureza humana.”





Diante desta visão sobre o ajustamento e desajustamento, perguntamos: o ajustamento é a harmonização entre o indivíduo e o meio, é possível ajustar uma pessoa a uma sociedade “neurótica”? As pessoas revolucionárias são pessoas que desajustadas e talvez anormais, pois não se comportam nem se contentam emk seguir um padrão de comportamento estabelecidos? Tentaremos explicar as razões destas questões e para isto nos valemos da concepção de vida de Rogers:



“A mais fundamental verdade sobre a vida humana é que o organismo luta para manter e atualizar a própria existência. O homem, neste enfoque, está sempre procurando crescer psiquicamente, procurando desenvolver o seu potencial humano.”





Se tomarmos a visão de Roger sobre a vida humana como uma luta para a atualização da própria existência da pessoa, acreditamos que ela não se ajustaria a uma sociedade que a limitasse. Pensamos que um verdadeiro, profundo e amplo ajustamento, não é algo estático. Mas sim, um processo que ganha sentido à medida em que a pessoa na sua permuta com o meio, lhe é proporcionada pela introspeção uma verdadeira tomada de consciência de si mesma. Pois o meio pode estar errado e não a pessoa. No entanto, esta pessoa, elevando o seu grau de auto e etéro-consciência, buscará aceitação dos componentes humanos de seu meio e, ainda mais, não se contentará em ver a situação continuar errada e será fonte de transformação para os demais. Entretanto cabe aqui uma nota: para transformar o meio onde se vive, não basta um alto grau de consciência, mas também uma grande coragem.





II – A NECESSÁRIA RELAÇÃO DE AJUDA





Comumente definimos por “ajuda”, aquele estender a mão para auxiliar alguém. Deste conceito podemos refletir o termo “estender” que se caracteriza como um sair de si e ir ao encontro do outro. Este sair de si exige do sujeito muito mais do que um sentimento de compaixão ou alguma reação primária, exige respeito e amor à pessoa humana. Por isso o ato de ajudar é mais do que uma ação, é uma valorização. Disto resulta a norma que deve reger toda a relação de ajuda, incluindo a entrevista psicológica por possuir o seguinte objetivo: “A natureza humana, o homem, a pessoa humana, deve ser encarada com profundo respeito, amor e solidariedade na relação de ajuda que se estabelece, pois o homem não é jamais maio, mas fim que se realiza no momento presente e auto-transcendente”.



Ao encararmos a relação de ajuda neste enfoque, logo saberemos o porquê da necessidade de uma ajuda. A pessoa que vive em estado de desajuste não está vivendo a toatalidade do seu ser e nem realizando sua potencialidades; é por isso que dizemos: Tal pessoa está precisando de ajuda. Faz-se necessário um resgate do ser pessoa e, para isso, uma compreensão da natureza humana.

“Identidade, Auto-imagem e auto-estima são elementos nucleares da personalidade. A identidade é o processo geral que engloba os demais aspectos.”



Autores como Erik Erikson, Rosenberg, e outros, são unânimes em concordar que é na adolescência que se desenvolve, de maneira mais nítida, o processo de identidade, embora este processo tenha existido em todos os outros momentos da infância. Segundo este autores, a identidade envolve a problemática da Auto-imagem e da auto estima. Deste processos, a identidade é o mais abrangente, pois partilha do processo cultural e dos decorrentes níveis de ansiedade. Auto-imagem, auto-estima e ansiedade são processos focados diretamente no indivíduo.



Para uma compreensão da identidade, iremos nos valer dos estudos de Erik Erikson. O autor compreende identidade como um processo de simultânea reflexão e observação. Sendo que este processo se dá em todos os níveis do funcionamento mental (consciente, subconsciente, inconsciente), pelo qual o indivíduo julga a si mesmo à luz do que percebe como sendo o modo como os outros o julgam, em comparação a si próprio e a uma tipologia significativa para ele. Neste processo a cultura desempenha um papel importante na sua influência de valores sobre o indivíduo.



Segundo o autor, o processo de formação da identidade está sempre em constante mudança e desenvolvimento, desde os primeiros dias de vida até que decline o poder de recíproca afirmação do homem.



“Não podemos criar uma imagem ideal do homem – ele é o que é no momento histórico em que vive. Nós nos identificamos através de modelos (família, amigos, cultura, valores, ambiente. A reflexão não é feita em todos os momentos da vida humana, por isso, na maior parte das vezes, a identidade é inconsciente.”



A identidade jamais é algo estabelecido, permanente ou estático. Ela abarca um processo de interiorização e socialização. O ego depende de uma auto imagem determinada. Todo o agir do sujeito terá como base esta auto imagem determinada ao ego. Enfim, a auto-imagem se apresenta como um processo amplo, a auto imagem é decorrente da identidade e a auto-estima é decorrente da auto-imagem. Jamais podemos afastar dos três processos a ansiedade, porque ela é a base de todo o comportamento humano.



“A ansiedade pode ser conceituada como um reconhecimento consciente ou inconsciente da vulnerabilidade pessoal do desconhecimento do nosso destino e da nossa origem, do nosso medo da morte, às doenças e ao temor doentio da falta de auto afirmação.”





Convém abordarmos sucintamente o que chamamos “Fatores de Ansiedade”. Segundo Erik Erikson, existem quatro fatores que se associam a auto-estima e fraca auto-imagem: “a instabilidade da imagem pessoal, ‘eu’ aparente, vulnerabilidade e o sentimento de isolamento”. O indivíduo, agindo sobre o campo de sua intelectualidade e de sua emoção. Decorre em forças que podem aumentar ou diminuir a ansiedade.



Deste modo podemos fundamentar um primeiro argumento justificador da necessidade da relação de ajuda: o resgate do ser pessoa, da consciência de si mesmo. Toda a relação de ajuda deve tender a isto.







2.1– Compreensão da natureza humana.



A compreensão da natureza humana ganha sentido e relevância e é a acondição para o resgate do ser pessoa e, consequentemente da realização de uma verdadeira relação de ajuda..



Existem motivos que determinam certas formas de comportamento que são óbvios tanto para seu autor, como para um observador externo. No entanto, existem comportamentos que, nem o autor nem o observador externo conhecem as causas e motivos.



“Ao tratarmos com outras pessoas, raramente é possível, e nem mesmo essencial, compreendermos inteiramente as causa de suas ações. No entanto é necessário Ter presente que o comportamento delas apresenta sempre uma causa. Esta causa pode estar oculta no mais íntimo de sua personalidade, onde talvez nem elas nem nós descubramos, prontamente, a existência.”





Como vimos acima, o processo de formação da identidade e da persolanlidade se dá, em grande parte, insconsientemente. Segundo Garret, o reconhecimento de que muitas das motivações de comportamento humano são inconscientes, permitirá ao entrevistador ser mais tolerante, o qual não condenará facilmente e assim se tornará mais apto a auxiliar o assistido de maneira mais eficiente. Em lugar de se tornar impaciente com racionalizações, verá que os motivos que o cliente esconde, até de si próprio, são, provavelmente, fontes de profunda e dolorosa ansiedade.







2.2 – Fatos objetivos e subjetivos



Cada situação, cada acontecimento da vida do indivíduo contém aspectos subjetivos e objetivos. Morre um familiar de Pedro, é u fato objetivo, amaneira como Pedro encarar esta situação constitui um fato subjetivo. Não podemos separar o fato objetivo, a “situação real” do cliente, dos seus problemas emocionais. Por isso, tanto os fatos objetivos quanto os fatos subjetivos de uma situação da pessoa, possuem importância determinante numa entrevista de relação de ajuda.



“Mesmo quando procuramos auxiliar uma pessoa em condições muito simples, devemos notar não só o pedido objetivo, mas o tom em que é feito. Este pode revelar os verdadeiros sentimentos e fornecer indícios de situações objetivas, talvez bem mais sérias, e que não foram reveladas abertamente.”



Continuamente estamos nos defrontando com situações que exigem que tomemos uma decisão. Escolher entre X ou Y, nos põe em uma situação de conflito. Somos, muitas vezes forçados a decidir e, mesmo que pensemos muito antes de escolher, geralmente acabamos duvidando se a escolha feita foi certa. A este fenômeno chamamos ambivalência e a compreensão do mesmo é de grande importância quando tratamos do elemento humano.



Segundo Garret, o equilíbrio emocional do indivíduo ocorrerá somente quando as satisfações que traz o desempenho das responsabilidades, bem como a obtenção dos privilégios da vida de adulto, contrabalançam o desejo dos prazeres infantis.



III – A RELAÇÃO DE AJUDA





A partir de agora, realizaremos nosso estudo sobre a relação de ajuda. O que é ela , qual a sua generalidade e as implicações básicas deste processo perfectivo e o seu resultado terapêutico.



O elemento vital e primeiro que devemos considerar para que ocorra uma relação de ajuda, ao nosso modo de ver, diz respeito à pré-disposição de ambas as partes em permuta. Concluímos acima que o desajustamento conduz a uma necessidade de ajuste da pessoa, e que o homem não se basta a si mesmo. Por isso, buscamos ajuda. A pré-disposição para um contado aberto e profundo deve ter sua fonte numa decisão livre da pessoa que sente necessidade e quer um processo auto- perfectivo. Outro elemento de relevância na consideração que fazemos da relação de ajuda é o contexto situacional, isto é, o contexto sócio-político-econômico e cultural no seu agir e interagir sobre o indivíduo e vice – versa.



Não raras vezes o indivíduo está no mundo mas não se sente no mundo, cria-se um pardoxo, um desajuste. O indivíduo - EU – choca-se conmtra a sociedade e a cultura. O desajuste se estabelece devido a não interação do EU consigo mesmo e da não interação do EU com o grupo onde vive. Como solucionar este conflito? Sabemos que a busca, a propensão, a tendência do ser humano é para o bem, a felicidade e a realização. Este aspecto elementar deve sempre estar presente numa relação de ajuda, o facilitar ao indivíduo atingir esta dimensão nobre que as tendências naturais o conduzem, torna-se outra preocupação essencial na relação que esse estabelece.



Entendemos por “Relação de Ajuda”, uma modalidade de relação humana. É uma relação pessoal como possibilidade de crescimento. Carl Rogers parece Ter sido o que melhor encarnou este espírito na sua conceitualização de relação de ajuda como sendo:



“(...) uma relação na qual pelo menos uma das partes procura remover na outra o crescimento, o desenvolvimento, a maturidade, um melhor funcionamento e uma maior capacidade de enfrentar a vida. O outro, neste sentido, pode ser, quer um indivíduo, quer um grupo. Em outras palavras, a relação de ajuda pode ser definida como uma situação na qual um dos participantes procura promover em uma ou em outra parte, ou até mesmo em ambas, uma maior apreciação, uma maior expressão e uma utilização mais funcional dos recursos internos latentes do indivíduo.”



A relação de ajuda se apresenta em uma posição de abertura e receptividade diante da pessoa emergente, do homem desencontrado. É o desencadeamento de um processo terapêutico que consiste na abertura que faz crescer. O acreditar na pessoa e suas capacidades e o “sentir com” a pessoa, fundamenta o espírito da verdadeira relação de ajuda.

























CONCLUSÃO





Historicamente perdurou a enigmática questão: o que é o homem? Através dos tempos surgiram mentalidades e correntes de pensamento com o reto intento de solucionar esta questão. No entanto, faces e faculdades do mesmo, de modo a comprovar sua complexidade e, portanto sua não definição. Por isso, toda a ação com o homem evoca uma visão global do ser humano, compreendendo que o homem é fundamentalmente um ser relacional. Só há fechamento para ele no plano ontológico. Estabelecemos relação, conosco mesmos, com os outros, com o mundo e com o absolutamente outro (Deus).



Toda a pessoa, todo o ser humano, quando a existência permite a situação – estabelece comunicação, é um ser em relação. Ao nascer o homem estabelece relação com o mundo, com os semelhantes, com Deus. A existência do homem no mundo seria incompreensível se não houvesse nele o elemento relacional



Através deste breve estudo que realizamos, nos foi possível perceber a importância da relação de ajuda no crescimento e desenvolvimento do indivíduo e do grupo. Esta relação pode e com certeza obterá resultados positivos, se for aplicada nas empresas onde o grupo de trabalhadores é formado por diversos indivíduos que sofrem as mais diversas implicações objetivas e subjetivas. Daí que, para que as atividades produtivas possam ter um bom andamento, se faz necessária a relação de modo que cada indivíduo e, consequentemente o grupo em geral, possa equilibrar a objetividade a subjetividade de modo a evitar falhas na produção e descontrole no grupo.

Este aspecto da relação de ajuda deve estar presente, e de forma clara, no corpo administrativo da empresa, para que, quando me frente a fatores objetivos os indivíduos não saibam agir de forma controlada e deixem que sua subjetividade influencie direta e erradamente no trabalho, os responsáveis possam saber se aproximar deste indivíduo e estabelecer com ele uma relação realmente de ajuda. O que será melhor para todos.























































BIBLIOGRAFIA





1 - BRUGGER, Walter. Dicionário de filosofia. 2ª ed. Trad: Alfredo Bosi e Maurice Cunio. São Paulo: Mestre Jou, 1962.



2 - GARRET,Annet, A entrevista, seus princípios e métodos. 7ª ed. Trad: Maria de Mesquita Sampaio e outros, Rio de Janeiro: Agir, 1977.



2 - HANNAS, Maria L. Psicologia do ajustamento. 5ª ed. São Paulo: Vozes, 1983.



4- LANE, Silvia T. M. O que é psicologia social. 6ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1984.



5- MOSQUERA, Juan J. M. Psicologia social do ensino. Porto Alegre:Livraria Sulina Editora, 1960.



6 -PSICOLOGIA ATUAL, revista bimestral; editada pelo grupo editorial Spagat Ltda, nº 43, Mar/Abr/85.



7 -ROGERS, Carl Tornar-se pessoa. 3ª ed. Trad: Manuel José do Carmo Ferreira, São Paulo: Martins Fontes, 1977.





*Sidinei Cruz Sobrinho é graduado em Filosofia pelo Instituto Superior de Filosofia Berthier - IFIBE, de Passo Fundo; Bacharelando em Filosofia pela Universidade Integrada do Alto Uruguai e Missões - Campus de Erechim - URI, Poeta; Sócio da Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo - RS.









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