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Erotico-->EPÍLOGO -- 07/03/2002 - 06:03 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Quinze anos depois dos últimos acontecimentos, após ter Aristides partido para o além, Rosalinda bruscamente se viu às voltas com uma desencarnação difícil, vítima de acidente aeroviário.

Lutou com unhas e dentes a ver se se mantinha de posse dos despojos materiais, sem dar-se conta de que lhe era impossível restaurar o princípio vital.

Finalmente livre das amarras fluídicas, sentiu-se transportar por regiões de incrível variedade de manifestações espirituais, verdadeira festa de cores e sons, em que o desespero da passagem se diluía em sentimentos de paz e compreensão do momento.

Foi quando perdeu completamente a noção de si mesma, reavivando toda a sua última jornada terrena, ao mesmo tempo que impregnava os pensamentos de preces agradecidas ao Senhor pela assistência espiritual que era capaz de reconhecer em cada pequenina reação desequilibrada.

Voltou a si consciente de haver progredido, satisfeita por ser recebida pelos familiares e amigos que a precederam, ligando uns aos outros, perguntando, enfim, por alguns poucos ausentes. Quanto aos que se haviam valido de sua mediunidade, recebeu os agradecimentos de milhares de mensageiros cuja existência cruzara com a sua apenas naquela circunstância.

Esmeralda aguardou serenamente que Rosaura e Rodolfo se desprendessem do demorado abraço, para apresentar-se na figura de uma jovem cujos traços, aos poucos, foram fazendo-se familiares, até que Rosalinda descobriu neles a fisionomia de uma antiga rival contra quem nutrira sentimentos de ódio.

— Por Deus, querida protetora, queira receber os eflúvios de minha mais profunda admiração e respeito.

— A vida ensina, minha cara, que as diferenças entre as criaturas vão desfazendo-se à medida que formos entendendo e praticando a sacratíssima moral evangélica. Quando aplicamos os princípios básicos da doutrina espírita aos atos reflexos, acrescentamos ao coeficiente de moralidade superior do Cristo o entendimento das leis de Deus, sendo capazes de eliminar os vezos ruins que trazíamos incrustados na personalidade. Conscientes da própria necessidade, enxergamos melhor as dificuldades alheias, passando a agir em consonância com o novo padrão existencial. Cada vez mais iremos distrair-nos com as tarefas altruístas, terminando por exercer, no etéreo, funções de mentores e guias, integrando-nos em grupos de socorristas de mesma extensão vibratória e mesmo teor evolutivo. Você está recebendo todo o influxo da amizade e do amor dos seres com quem se relacionou durante a existência carnal e este contato a mantém com a mente aberta para compreender as informações que lhe estamos passando. Entretanto, querida, todos nós, quando aqui aportamos, uns mais, outros menos, sentimos forte a vocação de emendarmos o que estamos sendo ao que fomos, em busca de nos identificarmos. Esse há de ser o seu próximo passo, no que será auxiliada por quantos se sentirem capazes de contribuir para o sucesso do empreendimento. Vai bater-lhe a saudade dos que ficaram a lamentar-lhe a partida, contudo, seu forte coração irá preservá-la de preocupações, porquanto os conhecimentos da efetiva misericórdia de Deus irão constituir-se em escudo contra possíveis arremessos nas áreas obscuras dos tempos em que houve falta de fé. Deixo-a agora, asseverando-lhe que seus descendentes estão trilhando, cada qual a seu modo, o caminho da redenção. Fique com Deus!

Antes que pudesse efetuar uma só das infinitas perguntas que a mente formulava, Esmeralda desapareceu.

Rosalinda, numa reação instintiva, olhou ao derredor de si, como a rogar pelo amparo das criaturas presentes. Mas foi apenas um gesto, imediatamente substituído pela sensação de que estava segura e agasalhada. Perpassou-lhe pela memória a lembrança de quando nascera, que se unia aos fatos que envolveram os filhos ao dá-los à luz, podendo cotejar as impressões com a atual, tomando consciência de que nunca antes estivera na mesma condição de vigor e domínio sobre si mesma.

Foi quando tomou a decisão de romancear a vida, eivando a realidade crua com seu grau de confiança no poder da natureza humana de superar os defeitos e de vencer as crises. Escreveria episódios e os designaria com os nomes dos seres com que convivera, sem esconder nem interpretar-lhes as personalidades, a não ser com a visão correlata da performance vital da época dos acontecimentos.

Tendo percebido que não auxiliaria os mortais situando as personagens no passado, projetou as cenas no futuro, sem temer esbarrar em inverossimilhanças relativas à realidade em construção. Um dia, autorizada pelos mentores, que lhe forneceram as diretrizes do trabalho, compareceu junto à mesa do médium para ditar-lhe o resultado de seus esforços.

Deus nos abençoe a todos!

Indaiatuba, de 31.07 a 26.09.2000.
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