Vem muito ao caso uma frase famosa da Mãe Coragem de Brecht:
"Não me digam que estourou a paz!"
[Bertolt Brecht, em "Mãe Coragem e seus filhos"]
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"Não foi surpresa,
mas ninguém esperava
que fosse tão fácil.
Não foi fácil,
para as crianças mortas.
Mas, assim como existe
um paraíso específico
para quem morre defendendo
o Islã, talvez haja uma
Disneylândia no céu
para as vítimas dos
bombardeios humanitários.
Quem entende essas teologias?
Eu não.
[Luís Fernando Veríssimo, Folha de São Paulo, 10/04/2003]
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"Algumas bombas norte-americanas
são tão inteligentes,
tão inteligentes,
que conseguem perceber
quais são os vilões
dessa guerra,
e mudam de lado."
[Eduardo Pereira Lustosa, de São Paulo-SP, Painel do Leitor da Folha, 10/04/2003]
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"Os deuses têm um senso de humor macabro: o presidente que não venceu a eleição vence a guerra da qual não emergem vencedores, só derrotados."
[Hélio Schwartzmann, editorialista da Folha, 10/04/2003]
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Reparo que só agora os jornais começam a mostrar fotografias de uma Bagdá capaz de nitidez e normalidade. Deixando de lado o patético das cenas retratadas, como bagdalis osculando mãos ou faces de róseos invasores americanos, chama a atenção, ao fundo, uma cidade que nunca foi como outra qualquer, mas também nunca foi tão diferente ou maligna a ponto de merecer ser destruída dessa forma tão pouco civilizada. Agora sim, com a chegada dos redentores do povo iraquiano, a cidade aparece nítida, como que ressurgindo das cinzas do regime de Saddam. Os saqueadores, os bajuladores da primeira hora, os baderneiros de sempre, parecem trazer nas expressões faciais a certeza de que, agora sim, estourou a paz, que boa parte da população mundial, equivocada que é, insiste em chamar de guerra.
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"Essa guerra não acabou, mas começou. Não foi uma guerra contra o Iraque, mas uma amostra da força global dos EUA. Estamos em plena guerra mundial."
[José Celso Martinez Corrêa, Folha de São Paulo, 10/04/2003]
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