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Artigos-->VEJA SE DEUS AJUDA VOCÊ -- 08/04/2003 - 16:41 (ANTICRISTO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Um veículo desgovernado atinge o meio de uma multidão, matando, como é lógico, algumas pessoas, deixando outras gravemente feridas e outras com poucos ferimentos. Uma pessoa que estava a centímetros do ponto atingido respira aliviada de diz: “Se não fosse Deus, eu teria morrido.” Será isso mesmo? Por que Deus a livrou do acidente e abandonou aqueles outros diante do veículo para morrerem ou ficarem muito machucados? São eles pessoas ímpias, merecedoras do acidente? Se observar quando isso acontecer, você verá que pode ter pessoas maravilhosas entre as vítimas fatais e bandidos cruéis terem ficado ilesos ao lado.



Jogue uma pedra no meio de uma multidão, e verá: as probabilidades de ela atingir uma pessoa são muito grandes, e ela tanto pode acertar o bom como o ruim, o velho, como o menino. Se você fizer isso cem vezes, pode alguma vezes a pedra até passar entre todos e atingir o chão sem pegar em ninguém; mas na maioria das vezes, atingirá pessoas, não porque muitas pessoas mereçam levar pedradas, mas porque essas são as probabilidades matemáticas.



Uma bala perdida vez ou outra atinge uma pessoa em barros do Rio de Janeiro. Às vezes, é uma criança, às vezes um velho, às vezes um jovem, não importando seja essa pessoa cristã ou atéia. Com certeza mais cristãos já foram atingidos; não por serem cristãos, mas por serem em maior número do que os ateus. Mas quando a bala apenas passa muito próximo de um crente, atingindo a parede, ele logo pensa: “Deus é que me livrou daquela bala.” Mas, se observar, verá que das milhares de balas que atingem residências constantemente, muito raras sãos as que pegam pessoas. Tudo isso, porque matematicamente as probabilidades de acertar pessoas são muito menores do que de não atingir ninguém. Nada de seres sobrenaturais conduzindo os projéteis para proteger ou castigar alguém, mas meramente uma questão de espaço.



Um determinado avião cai, matando, como é de se esperar, todos os seus passageiros (raramente alguém sai vivo de acidente aéreo). Alguém, que por atraso não tomou o avião, diz: “Foi Deus que me atrasou, porque esse não era o meu dia.” Pense você, leitor: Quantas pessoas se descuidam e perdem uma condução, a qual vai até o seu destino final em perfeita normalidade? Isso passa tudo despercebidamente. Mas, quando ocorre um acidente, todas as anormalidades vêm à tona. Você talvez nem se lembre mais de algumas vezes que deixou de estar em um determinado lugar onde planejava estar, por um descuido que o atrasou, se ali nada ocorreu de ruim. Mas, se uma vez na vida você acabou não indo a um lugar onde pretendia e lá ocorreu alguma tragédia, com certeza você sempre lembrará do que você evitou não indo lá.



Por outro lado, um indivíduo estuda, treina, faz testes, treina mais, relê e, quando está bem preparado, vai faz uma prova é aprovado e consegue o emprego que pediu a Deus. Então diz: “Deus me ajudou. Graças a Deus, consegui o emprego dos meus sonhos”.



Várias vezes, passando por canteiros centrais de avenidas, observei marcas de veículos que se desviaram da pista, batendo em árvores ou algum outro obstáculo. Nesses momentos tenho pensado no risco que corremos ao passar nesses lugares. Muitos desses veículos saíram da pista causando alguns estragos, mas sem atingir pessoas. Entretanto, alguns podem ter passado no exato momento em que estivesse passando uma pessoa e pode ter ocorrido o acidente. Quando ocorre um acidente desse, algum crente que presencie o fato, diz: “Graças a Deus não aconteceu comigo.” Então, segundo a ótica dele, certamente Deus gosta mais dele do que daquele que foi acidentado.



Todo esse modo de pensar é mero resultado de milhões de anos de confiança na proteção de seres imaginários.



Veja também o texto de João de Freitas A INCONSISTÊNCIA DOS CHAMADOS CASTIGOS DIVINOS.



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