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Artigos-->Mídia: a primeira arma de Bush! -- 07/04/2003 - 13:33 (Clóvis Luz da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O que se deve discutir nessa guerra não são as ações de Saddam contra seu povo, mas as reações dos EUA contra esse mesmo povo. O mister Bush resolveu desrespeitar todos os princípios que regem o mundo, inclusive uma lei física segundo a qual uma determinada ação gera uma outra igual e contrária. Pois bem, os EUA dizem que o objetivo da guerra é desarmar Saddam. De que armas? Supostas armas químicas e biológicas de destruição em massa, que seriam uma eminente perigo à humanidade. Tais armas até o presente momento não apareceram e segundo o próprio comando americano de guerra está cada vez menos provável que apareçam. E por conta de armas até aqui inexistentes, os EUA estão executando o mais avassalador ataque já visto contra uma cidade desde o final da segunda guerra mundial.



Como foi possível se chegar a uma guerra sob todos os aspectos injustificável?



Sugiro, primeiramente, que os americanos foram convencidos, por meio de maciça campanha na mídia, de que o Iraque era uma ameaça letal não apenas para eles, como também ao mundo inteiro, e por isso deveria ser atacado, para que seu líder, destituído ou morto, não mais ameaçasse a paz mundial. Depois, feito o trabalho em casa, Bush partiu para o assédio de outros líderes, como Tony Blair, que fariam o mesmo serviço de convencimento interno. Somente depois desse convencimento é que os EUA resolveram partir para a agressão



Por que a mídia foi usada para convencer os americanos da necessidade da guerra? Por um simples fato: a repetição deliberada de determinada alegação, ao se cristalizar na mente de quem a ouve, vê e lê, torna-se tão poderosamente incontestável que qualquer ação contrária ao fato não surte efeito algum, à semelhança de uma micobacteryum tuberculosis que se fortalece no organismo por falta de medicação, e quando a doença se consolida, mesmo que se use o remédio adequado, sendo possível a cura, as seqüelas serão inevitáveis.



A tática bushiana foi a de ressaltar, pela mentira e suposição, o fato secundário, para diminuir ou afastar da consciência dos americanos o fato principal. O fato secundário é a alegação de que o Iraque possui armas de destruição em massa. O principal, a agressão covarde dos EUA contra o povo iraquiano por conta daquela alegação. Mesmo que se prove verdadeira, a existência das tais armas já estava sendo objeto das inspeções da ONU. Essa organização, criada no pós-guerra para defender os interesses das nações do mundo, não encontrou indícios de que o Iraque ainda estivesse desenvolvendo armas químicas e biológicas, por isso pediu mais tempo para continuar as inspeções.



Todos os que defendem a ação bélica dos EUA argumentam que, quem se opõe à guerra, está defendendo o regime de Saddam e os sofrimentos causados ao povo iraquiano por vinte anos. Pessoas como Olavo de Carvalho, Milla Kette, Dom Kless, argumentam que tal “intervenção” americana é justificável, uma vez que as mortes de iraquianos durante a guerra são em número mutíssimo menor (serão mesmo ao final dos combates?) do que o de iraquianos mortos durante esses anos todos. É uma simples questão matemática! E no final, o Iraque se verá finalmente livre da tirania de Saddam Hussein.



De uma só vez, George Bush e seus auxiliares conseguiram convencer os norte-americanos, e por tabela, alguns no mundo inteiro, de que sua ação terrorista com ares de legalidade está acima das instituições humanas, ONU, ONGs, Opinião Pública, por ser a vontade de Deus. Como cristão, ele tem que lutar por um mundo sem opressão, injustiças ou arbítrios. Mesmo que para isso tenha que usar a força, um mal necessário diante das contingências objetivas nos quais a exigência do seu uso se tornaram imperativas. Não foram os interesses econômicos ou políticos, diz Bush, que o levaram à guerra. Ele quer garantir que não somente os americanos, mas o mundo inteiro, vivam em paz e segurança, sem o assombro das ações terroristas financiadas pelos países do eixo do mal: Iraque, Síria, Coréia do Norte, Cuba.



Dado esse panorama, no qual George Bush surge como o cavaleiro do apocalipse, o messias pós-moderno que quer liderar uma cruzada cristã contra o mal, a mídia foi escolhida como o meio mais eficaz para que ele fale ao mundo. Reflexo imediato dessa escolha foi a declaração do canal Fox, para o qual, sendo para garantir a vitória dos aliados, não há nada de condenável ou de ilegal no fato de o comando de guerra mentir aos jornalistas. Afinal, se foi esse o expediente usado pelo Big Boss, que mais fazer senão seguir os passos do grande líder?



Sabemos como o comportamento da mídia americana, com reflexos em setores da mídia nos países ocidentais, influenciou a guerra; sabemos como está se comportando durante os combates. A pergunta óbvia é: como se comportará depois desse conflito que destruirá todo um país? Somente quem viver, verá...

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