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Artigos-->Cidadão do mundo -- 07/04/2003 - 10:19 (Carlos Luiz de Jesus Pompe) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Somos habitantes de um único planeta. Sociais por natureza, desenvolvemos um tipo de organização e uma capacidade de intervenção no ambiente que nos cerca que têm propiciado o aumento espetacular da espécie. Atualmente a Terra está habitada por mais de 6 bilhões de pessoas. Até 2050, seremos 9 bilhões, 833 milhões e 208 mil humanos, segundo projeção da Organização das Nações Unidas. O Sol nunca se põe para uma espécie que há mais de 120 mil anos vem se espalhando por todos os pontos do planeta. Os que querem condições dignas de vida para a espécie não podem se restringir aos estreitos limites do pensamento localizado, territorial, nacional.

As leis do desenvolvimento social são universais, atuam em todos os países e regiões. Isso fica ainda mais evidente no mundo atual, quando o capital financeiro, por exemplo, não dorme: a qualquer momento, em qualquer segundo, uma ação está sendo comprada ou vendida em alguma bolsa de valores instalada no orbe.

O capital não tem pátria: muda de língua, de unidade monetária, mas mantém seu objetivo de reprodução ilimitada e concentração, esteja onde estiver.

Também a luta dos povos por condições de vida tem um sentido comum, mundial. É mais fácil avançar apoiando-se na experiência coletiva, na cooperação mútua. É isso que explica as manifestações mundiais que vêm ocorrendo contra a guerra criminosa deflagrada pelos Estados Unidos contra o Iraque. Algumas planejadas para o mesmo dia em centenas de cidades da Europa, Ásia, África e Oceania, como as de 15 de fevereiro.

É de admirar que, em plena selva amazônica, no Acre, um grande ato público tenha sido programado em todos os 22 municípios do estado em 4 de abril. Cada município promoveu uma manifestação diferente. Alguns celebraram atos ecumênicos promovidos pelas igrejas católica e evangélica. Outros realizaram shows de música e recital de poesias. No outro lado do país, às margens do Atlântico, o Comitê Baiano Contra a Guerra transformou, no dia 1º de abril, a Av. Estados Unidos, coração econômico de Salvador, em Av. "da Paz", substituindo a placa de identificação com o nome da avenida, enquanto a Praça da Inglaterra se transformou em "Praça da Solidariedade Internacional". Uma lata de tinta vermelha, simbolizando o sangue do povo iraquiano, foi derramada sobre as bandeiras dos EUA e da Inglaterra, que logo em seguida foram queimadas pelos manifestantes que protestaram contra as atrocidades que vêm sendo cometidas no Iraque.

Há quem pergunte (ou critique): O que temos a ver com essa guerra? Não temos problemas suficientes no Brasil?

As condições de nosso país integram o conjunto de relações mundiais — nossas lutas por melhores condições de vida não são excepcionais, não destoam da luta dos trabalhadores e das pessoas progressistas de todo o mundo, antes se incorporam a essas lutas.

Nesses atos pacifistas, que estão ocorrendo em inúmeras cidades de todo o mundo, os presentes recebem panfletos e folhetos com as mais variadas avaliações do conflito e diferentes conclamações de ação. Ouvem discursos, palestras, conversas. Assistem e participam de atividades artísticas. Têm contato com opiniões diversas e, não poucas vezes, inusitadas, que em boa parte não são veiculadas pelos grandes meios de comunicação. Caberá ao participante, se lhe interessar, aproximar-se das que lhe agradam e refugar as que não lhe convencem.

Vínculos são estabelecidos, afinidades emergem, novas questões e abordagem surgem. Isso pode levar ao amadurecimento político, a uma participação mais consciente na busca e execução de soluções de problemas locais, regionais, nacionais e internacionais. É um caminho de mão dupla (e simultânea). Da unidade de opiniões pode decorrer a unidade de ação, o estabelecimento de metas, a distribuição de tarefas, a elaboração conjunta, o acúmulo maior de forças e da capacidade de intervenção na realidade. O coesionamento dos movimentos sociais progressistas, amantes da paz e da solidariedade. Não é pouca coisa! São atividades que têm vínculo com a busca da solução dos nossos problemas. O internacionalismo é uma escola, a solidariedade uma forma nobre de desenvolvimento humano. Como canta Milton Nascimento, "estrangeiro não vou ser, eu não. Cidadão do mundo eu sou".



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