Homenagem paralela
A um dos meus Mestres:
A vida é uma ribeira,
Caí nela, infelizmente;
Hoje vou queira ou não queira
Aos trambolhões na corrente.
António Aleixo
SONETO PRÁ VIDA
Lê este soneto e uso dele faz
Meu caro jovem, que és inteligente,
Se porventura além de paciente
Fores sobretudo um pouco perspicaz.
A vida é bela, mas de mais voraz,
Tal qual um rio, corre para a foz
E lá no meio vamos todos nós,
Ora prá frente, ora para trás.
Sob as marés jamais evitarás
As enxurradas, a fúria das águas
Entre calmias de intenso prazer.
Certo ou errado, vás aonde vás,
Quanto mais aceites tuas mágoas
Mais também fruirás de as viver.
Diamantino Solnado |