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Teses_Monologos-->Reflexões Usineiras (2) -- 08/09/2001 - 19:56 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um leitor [já conferi, não publica no usina ], tendo lido "Reflexões Usineiras (1)", me pergunta quando sai o "Reflexões Usineiras (2)".

Esse mesmo leitor, depois de "Ao rés do esgoto (ou: sai-te pra lá, capeta!)", quer saber melhor por que tudo isso. Resumindo: quer saber do que é que estou falando.

Ao entrar no site, fui tateando a esmo, no escuro, até ganhar uma noção mínima de quem seriam os outros ao redor, escritores e talvez leitores.

Milhares de leitores? Não, claro que não. Alguns. Calculo uma média de 20 leitores para cada um dos textos que publico. Desses 20, 7, se tanto, serão leitores. Repito: visitas não são leituras.

Sim, há milhares de leitores para alguns dos nossos colegas. Com meia-dúzia de êxitos incontestáveis, alguns superam o número total de leitores que conquistei com a minha maçaroca, que já ultrapassa a marca dos 700 textos publicados. E aceito a crítica: um absurdo, uma temeridade, uma enxurrada. Num texto, chamado justamente "auto-crítica", eu dizia: "Pare de encher o site."

Há algum tempo, um outro leitor me fazia ver que, no site, não havia nenhum escritor que ultrapassasse alguns limites bastante acanhados. Dizia que a maior parte dos textos tinham por principal referência o próprio site. Por isso, me sinto até mesmo um pouco culpado. Fui eu quem começou com essa idéia de que teríamos de passar a falar sobre nós mesmos, sobre a nossa situação, muito especial, de autores/leitores de um site como o usinadeletras .


Alguns fatos: há cada vez menos leitores para poesias . Por quê? Pioraram os poemas? Os poetas? Ou a maior parte dos leitores embuca logo na primeira página e dela já não arreda mais o pé? Em artigos , por exemplo, um texto não chega a ficar mais do que alguns minutos. Às vezes, segundos. Ali, o corpo a corpo é feroz.

Com certeza, o usina está, hoje, com a cara que lhe imprimiram os covardes anônimos. Treta pura!

Volto ao leitor que me cobrava este "Reflexões Usineiras (2)". Ele não se identifica. Trato-o pelo que me aparece no endereço de e-mail: "Meu caro jrqueiroz". E corro todos os riscos. Quem será?

É cordial. Parece ser um leitor criterioso. Diz gostar dos meus textos. Já me salvou de um erro crasso, e justamente em título de um dos meus textos (e eu acabara de falar sobre isso): "Recheada de guisos". Ele me fez ver que, em vez de "guisos", deveria ter grafado "guizos". E, por isso, lhe sou extremamente grato. E esse fato me ajuda a correr todos os riscos. A questão, no usina , tal como ele hoje se apresenta, é: com quem estou falando? Quem é esse que se esconde por trás de um pseudônimo?

De qualquer modo, por ter-me ajudado a não ficar sendo parte desse guisado fantástico de erros que povoam o site (e a internet, em geral), o jrqueiroz ficou sendo um dos meus interlocutores. Mas poupei-me de ter de dar a ele detalhes sobre o panorama que descrevo. Lamento, mas as coisas são assim. Não seria correto eu ficar alertando os leitores sobre outros autores. Troco informações, precisas e preciosas, com alguns amigos já consolidados. É preciso ganhar intimidade, reciprocidade para falar abertamente. E intimidade, e reciprocidade, hoje, dificilmente se conseguem. E os que chegam bem mereceriam este nosso obséquio. Um "paideuma" que fosse. Mas isto de há muito deixou de ser um site propriamente literário.

A recepção dos textos que lançamos no site é sempre muito rala. Rala como a sopa rala de textos que nos é servida. E muitos continuam escrevendo e lendo como se o site tivesse mesmo milhares de leitores. Eu mesmo, oh! vexame, já cheguei a fazer uso, aqui, ao rés do esgoto, do plural majestático. Eu mesmo já insisti em levar a sério esta mixórdia. Hoje me conformo com os meus poucos leitores. Sinto-me obrigado para com eles. Levo-os em conta.

Dou-me por privilegiado. Cheguei ao usina um pouco antes do desastre ter principiado. Ainda fiz amigos. E os conservo.

Mas vejo que, sem qualquer razão para isso, dois desses meus amigos se viram contemplados pelo meu escracho e pela minha ira. E digo que eles não têm qualquer motivo para supor que eu o faria intencionalmente. Lúcio Emílio do Espírito Santo Junior e Rodrigo Contrera estão entre os autores e leitores do usina que eu costumo levar em conta. Tenho lido atentamente o que escrevem. Tenho acompanhado absorto as polêmicas que alimentam e nas quais se envolvem. Admiro-os. E este meu recado pretende deixar claro, a ambos, que eles se encontram no, infelizmente diminuto, grupo dos autores e leitores que suportam a anteposição do adjetivo "verdadeiros". Portanto, nenhuma razão para melindres. Talvez eu deva ter mais cuidado, para não deixar que a lama respingue demais por toda parte, atingindo justamente a quem não gostaria que ela atingisse.

No meu texto, tentei apenas deixar claro, principalmente para mim mesmo, que, nesse panorama que ora temos escancarado diante dos olhos, acaba sobrando para todo mundo. Não podemos perder mais de vista o seguinte fato: a moldura é muito ruim. O anonimato se instalou, veio para ficar. O usina é, hoje, uma péssima sala de bate-papo. Cenário ideal para que certas "personalidades" se afirmem, e, despudoradas que são, exibam - já que com isso se deleitam - o melhor de si mesmas. Nesse cenário, ai de nós: Zé Pedro Antunes, Lúcio Emílio do Espírito Santo Júnior, Rodrigo Contrera. Já me vi envolvido, não faz muito, num malentendido monumental com o Magno Mello, por exemplo. Entre nós, tratamos de imprimir, logo em seguida, clareza aos acontecimentos. Tudo ficou em paz. Mas o fato pode sempre acabar se repetindo. E não se esqueçam que também é possível enviar mensagens anônimas ou em nome de pessoas realmente existentes. Não se esqueçam. Já aconteceu comigo.

Espero que compreendam o quanto é difícil continuar escrevendo, publicando e lendo num cenário assim desolador como é o do usina hoje. E há responsáveis por tudo isso. E eles certamente se acharão geniais, contemplando a sua própria miséria, agora com as dimensões do site.

Quanto ao jrqueiroz, torço para que se familiarize o mais rápido possível com este saco de gatos. Que aprenda a discernir. Não vai ser fácil, eu sei. E, com todos os riscos (que ele me compreenda), mantenho com ele uma relação virtual de cordialidade. Sou-lhe grato pela leitura atenta dos meus textos e pela atenção que me dedica. Em outros tempos, e isso não faz senão alguns meses, não hesitaria tanto em chamá-lo "meu amigo". Partia do pressuposto de que passara a conviver num site literário, de que podia pisar firme e sem cuidados, de que haveria reciprocidade, de que por trás de cada nome haveria uma pessoa e sua verdade.

O usina , hoje, é reticências...
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