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Poesias-->agora que DEUS me eu silencio -- 16/07/2001 - 00:56 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
agora que DEUS me eu silencio

cada uma palavra carreia consigo

todas as histórias, a HISTÓRIA

a humanidade inteirinha

as nossas misérias tolas



e se as histórias não têm fins,

fim a História não terá?)



para caber em poema

palavras requerem bafo, calor e sopro

carecem de homem humano,

saliva e travessuras

poeta é quem se sabe avesso

ébrio de acasos

é quem se subpõem, se submete a viver

por grotas e desvãos, abismos, sendas

em carne viva, fratura exposta

viscosidades, asperezas

excrementícios deleites

demências, azares, troças

milongas, o despautério

o que nem cabe em si mesmo

e, no que parte, regressa

silêncio-ciosamente abrasado

em estado interessante

em estado de poesia



investimento de riscos

poema é soma de fracassos



por trás de tudo

um triste triz de trizteza

um mundo mudo nos crê,

nos lê,

nos vê ao léu



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o chão por sob os pés / relar uma outra relva

arar outras searas / fazer outros serões

outras canções, poemas / outras estórias /

lérias / narrativas / ais / prebendas

ciclos / novelas / cantilenas

miragens / novenas / prendas

sagas / lendas / mitos / encomendas

engrenagens de mistérios / sal da saliva

constelações prenhes de fracassos

quedas / tripas / maravilhas

tropeços / troféus / migalhas / buracos negros

mares de sargaços / véus / mortalhas

imagens / ícones / signos / centelhas

palavras / pus / luz / obra no breu

o oco do oco do oco do mundo / o vazio

o sem-nome / o eu me estrebucho

o eu me estremeço / tremo / sou

terá de haver outro susto / um outro alarme

novos precipícios / cometimentos / princípios

será sempre um outro cio / um outro ciclo

um outro sim / outros silêncios

agora que DEUS me eu silencio

















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