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Artigos-->ACADEMICISMO E ESTÉTICA -- 26/05/2001 - 13:18 (J. B. Xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ACADEMICISMO E ESTÉTICA



Academicismo, termo que, na arte, se refere à pintura, escultura, literatura, ou qualquer outra manifestação criada segundo normas tradicionais de uma academia. Em geral, as academias são instituições que conferem caráter oficial aos princípios estilísticos de um determinado período. O termo academicismo, ou arte acadêmica, designa as obras que seguem padrões estéticos

Já Estética é o ramo da filosofia relacionado com a essência e a percepção do belo e do feio. Sua finalidade é mostrar se os objetos são percebidos de modo particular (o modo estético) ou se têm, em si, qualidades específicas (estéticas). Também verifica se existem diferenças entre o belo e o sublime. O termo foi introduzido em 1753, pelo filósofo alemão Alexander Gottlieb Baumgarten, embora as primeiras teorias de certo alcance sejam as de Platão e de Aristóteles. Ambos falaram da arte como imitação da realidade e consideraram a estética inseparável da ética e da política.



O impulso do pensamento estético moderno se deu na Alemanha, durante o século XVIII, em que se destaca o filósofo Johann Gottlieb Fichte, que considerava a beleza uma virtude moral e a arte, individual ou social, a satisfação de um importante propósito humano. Immanuel Kant sugeriu, igualmente, que os objetos podem ser julgados belos quando satisfazem a um desejo desinteressado. Acrescentou que os fundamentos da resposta do indivíduo à beleza existem em sua estrutura de pensamento. Em fins do século XIX, outros filósofos alemães que trataram do assunto foram George Wilhelm Friedrich Hegel, Arthur Schopenhauer e Friedrich Nietzsche, que, rompendo a linha de evolução, afirmava que a arte é a realização plena da vida, podendo qualquer experiência gerar algo belo.

Sua dúvida não é nova

No século XIX, os conceitos vanguardistas começaram a questionar os enfoques tradicionais da estética, segundo os quais a arte é imitação da natureza e as obras de arte são tão úteis quanto belas. Os pós-impressionistas demonstraram maior interesse pela estrutura pictórica e em expressar a própria psiquê do que em representar objetos do mundo da natureza. Este interesse estrutural tornou-se mais desenvolvido no início do século XX pelos pintores cubistas, como Pablo Picasso. Relacionado a tais enfoques, adquiriu importância o princípio da "arte pela arte", derivado da visão de Kant. A frase, utilizada pela primeira vez pelo filósofo francês Victor Cousin, em 1818, tornou-se o lema do esteticismo.



Quatro filósofos do fim do século XIX e princípio do XX foram seus principais teóricos: Henri Bergson, Benedetto Croce, George Santayana e John Dewey. Além disso, tanto o marxismo quanto a psicanálise reiteraram a dimensão prática da arte. O primeiro afirma que só é importante a arte "progressista", ou seja, que defende os valores da sociedade em que se crê. Por sua vez, Sigmund Freud acreditava no valor da arte para uso terapêutico: na pintura e na poesia surrealista, o subconsciente é utilizado como fonte de criação. Jean Paul Sartre defendia, igualmente, uma modalidade de existencialismo na qual a arte fosse uma expressão da liberdade de escolha do indivíduo, demonstrando, assim, a responsabilidade individual de sua opção.



Os Mestres

Picasso e Salvador Dali, ambos pintores surrealistas, tinham sólida formação acadêmica convencional, e só deram início ao movimento surrealista, quando a pintura foi ultrapassada pela máquina fotográfica na missão de fixar imagens.

Goya pintou o drama humano de seu tempo de maneira não convencional, mas tinha sólida formação acadêmica convencional.

Meguel Ângelo, ao fim da vida não esculpia mais os rostos de suas estátuas, deixando em seu lugar a pedra informe, porque dizia que não conseguia exprimir através do cinzel a beleza que tinha em mente. Cada um que imaginasse seu próprio conceito de beleza na pedra sem forma. Miguel Ângelo foi um dos mais aplicados alunos de Ghirlandaio, o maior mestre da arte da pintura do seu tempo. Tinha forte formação acadêmica.

Guilherme de Almeida, um parnasiano por excelência, criou versos com métrica e rima alterados, ao fim de sua vida, mas antes assentou suas mudanças numa impressionante formação acadêmica convencional. Foi, ao lado de Mário Quntana, um dos maiores tradutores de Proust para a língua portuguesa.

Ferreira Gullar desaguou no concretismo depois de ter passado pelo cordel. Poeta e crítico de arte brasileiro, tem toda sua obra composta por "viradas de mesa", ora procurando um centro mais verdadeiro da poesia, ora querendo sair de alguma linha estilística. Em 1954, lançou Luta corporal, um dos mais representativos livros da poesia brasileira.Depois retornou ás raizes.



O que todos eles têm em comum? Sólida cultura. Eles inventaram, mas depois de saber fazer bem o básico. Fico imaginando outro J.B., este, famoso, J.B. Debret, voltando ao rei de Portugal com as pinturas de Picasso dizendo: Majestade, isto é o Brasil!

Já a teoria musical não pode se encaixar nessa definição, pois não importa quão moderna seja a música, ela sempre poderá ser medida por um metrônomo, porque não importa sua tendência, ela sempre será composta de compassos e ritmo. A rima é um componente estético que causa bem estar em alguns. Nada mais. Sobre ela falarei em artigo posterior. Mesmo Drumond tomou o cuidado de deixar claro que sabia fazer poesia convencional. Uma vez isso claro, ele estava livre para fazer o que bem entendesse. O contrário é que é discutível, fazer "poesia moderna" porque não consegue fazer a convencional, muito mais rigorosa em seus princípios estéticos. Neste caso estamos diante apenas de mais um poeteco que passará como nuvem: sem deixar rastro.



Finalmente, e é preciso que prestemos atenção para este detalhe, se Drumond ou Pessoa, Espanca ou Neruda cometem "deslizes" em seus poemas, geralmente isso é proposital e chama-se "Licença Poética". Se eu ou,quem sabe,você, leitor, cometermos esses deslizes, ´quase certo que eles serão considerados apenas incompetências, e nós, maus escritores.

Por ser o conceito de estética puramente subjetivo, cada um faz o que desejar, rima ou não rima, e, se for aplaudido, formará uma escola, como Gullar, caso contrário será esquecido, como a maioria dos que se crêem poetas, como eu, provavelmente.



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