TORRENTES DE AMOR
J.B.Xavier
Jorra-me da pena tristes versos,
Incontroláveis, como tromba d água,
E transbordando para o universo,
Levam em suas ondas minhas mágoas.
Jorram como doces cachoeiras.
Do alto do penhasco precipitam
Espumantes, límpidas, ligeiras,
Águas, onde sonhos de amor crepitam.
Jorram como flui o rio amigo,
Tranqüilo fluindo nas corredeiras,
Deslizando sobre as ribanceiras,
Buscando no caminho o mar aberto!
Assim eu, buscando estar contigo,
Longe procuro, e estás tão perto!
* * *
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