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Poesias-->a arder -- 05/07/2001 - 01:04 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
labareda que me lambe

os pés, me inflama os calcanhares

e me chamusca a pele

a panturrilha as coxas

e me incendeia o sexo

e me assa e me ameaça as nádegas

o ânus que se estrebucha

em hemorróidas

pregas, pragas, comichãs

pruridos, danos

me percorre o ventre, o umbigo

adentra-me a epiderme

fazendo derreter colesteróis

camadas de gordura

e compromete os órgãos os sentidos

e me percorre as veias

e perigosamente sobe rumo ao cerebelo

ao cérebro, chispas lancinantes

"faíscas, cintilações

eu ouço o canto enorme do Brasil"

até me arder o peito

de um jeito

que eu não sei

de um jeito

que eu não hei

e que ainda vai fazer

do meu apaixonado coração

um churrasquinho dos bão, da hora

e bem passado, como os poemas

de outros corações que sensível

irremediavel, inexoravel,

poetica e pateticamente

enlouquecem, enrouquecem

equivocam-se, coçam-se, cavocam-se

esgaravatam-se em penumbras toscas

choram, gemem, uivam, tremem entre lascas

tocos de dentes, ranger de gengivas

a abundância borbotante das salivas

inesquecíveis traumas, dramas, tramas

crepitações, edemas redundantes

doridas excrecências (serão poemas?)

e desconhecem o arder

o arder o arder o arder

o fogo o fogo o fogo

a consumir presunções

vaidades infundadas

dilemas irrecuperáveis

ai de mim, de ti, de vós, de nós

de nossa voz

é o usina , agora, a crepitar

a arder, a arder

a arder em chamas



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