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Cronicas-->A esola pública tem jeito -- 12/03/2008 - 21:27 (Maria Augusta Camargo Schimidt) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Cronicas da Vida Real
Augusta Schimidt
A escola pública tem jeito!

Eu vivo dizendo que a escola pública tem jeito. E digo isto com convicção, pois acredito que cada vitória é uma conquista e que a esperança move a vontade de continuar.
É certo que a estrada da educação e do saber é tortuosa e quanto mais o tempo passa mais pedras aparecem no caminho.
Mas meu combustível é a esperança, portanto continuo a caminhada.

Dia desses fui procurar uma certa diretora de uma escola aqui perto para pedir um socorro. Precisava achar a ponta da meada dos fios embaraçados pelo sistema, pois descobri o caos na minha vida profissional.
Fui muito bem recebida e levada a uma sala ampla onde havia duas mesas e quatro cadeiras. Quando vi a disposição dos móveis entristeci, pois me veio à memória a sala dos castigos de certa escola que trabalhei. A triste lembrança me provocou um nó na garganta, mas para minha surpresa a diretora puxou uma cadeira junto a minha e a informalidade me fez sentir em casa. Estávamos começando a conversar quando uma funcionária discretamente entrou trazendo dois alunos que no calor da aborrecencia haviam brigado. Bom, brigado não, eles haviam mesmo era se estapeado. A menina chorava compulsivamente e o menino com dois olhos lindos enormes e indignados não dizia uma palavra, mas esperava a descompostura que levaria. Os dois entraram e se sentaram nas cadeiras livres de frente para a diretora.
A cena que se seguiu é digna de ser relatada, um verdadeiro exemplo de sabedoria, dignidade e amor à profissão.

A diretora estendeu os braços sobre a mesa e segurando na mão de cada um iniciou o seguinte diálogo:
_ Meu querido, o que aconteceu? Já não expliquei que meninos não podem bater em meninas? Acaso se esquece de que sua força nas mãos pode machucar? E não são as mãos que falam e sim a boca? Já não te pedi para não arrumar confusão?
O garoto então explicou no mesmo tom manso o motivo da guerra dando em seguida a oportunidade de defesa da ofendida.
Neste momento percebi que era hábito ali os alunos exercerem seu direito de defesa intermediados pela diretora mãezona que em nenhum momento deixou de afagar as mãos dos dois guerreiros.
- Querida, continuou a diretora, tenha calma. Nós mulheres somos muito sensíveis e essa agressão deixou você muito chocada. Mas quero que daqui a pouco, quando estiver melhor, converse com seu amigo e resolvam de vez essa situação.
Vocês precisam se entender, amigos se amam e se respeitam...

A menina chorando muito reclamou que estava lhe faltando o ar. Calmamente a diretora lhe ordenou que fosse ao pátio, que lavasse o rosto e pediu ao garoto que a acompanhasse e lhe fizesse companhia.
Os dois se levantaram sem mais um ai e a diretora sugeriu que se dessem as mãos para que a garota pudesse se sentir confortável.
Ambos saíram e foi quando percebi que meu coração pulava aqui dentro de emoção.
Eu sabia que um dia encontraria alguém compromissado com a educação, com nossas crianças, com o amor. Educação é puramente amor.
Passados alguns minutinhos, o garoto sorridente apareceu pedindo permissão para entrar na sala de aula.
A guerra havia acabado e não se ouviu um grito, uma palavra áspera, uma ameaça sequer.

Senti muito orgulho de estar ali naquele momento, pois pude ver que na Escola Estadual prof. Luiz Galhardo sob o comando da mestra -mãe Krica o que rege é o amor e o respeito. E que ali havia conquistas e vitórias. Uma por dia, muitas por ano.

Parabéns diretora Krica! Você faz a educação valer a pena. Você me mostrou que ter esperança me conduz ao futuro sonhado e você é a prova de que a escola pública tem jeito.







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