Que o temperamento latino é mesmo insolente, indisciplinado, disso sabemos. Mas até levá-lo à s ruas e fomentar a desordem são outros quinhentos. Pelas barbas de Napoleão, parem com essa baderna toda! A sociedade não suporta mais tanta malandragem, roubalheira, mata-mata!
É preciso dar-se o vóo do Condor. Coquetéis molotovs incendeiam corpos e almas. A violência restringe o homem ao campo da irracionalidade. Já foi demais termos sido os filhos bastardos da Europa e nos desculturado além da conta. Até nossos índios mataram tantos.
Enquanto no Brasil o capitalismo é amigo do latifúndio, nos Andes essa relação com a terra é mítica. Hão de ser lembrados o passado, a relação do homem com a terra; é preciso revigorarem-se as reuniões à mesa e o compadrio verdadeiro, a ajuda fraternal. Se permanecermos agindo com o característico egocentrismo das relações interpessoais modernas, não lucraremos coisíssima alguma. Mudar e mudar para bem melhor.
Não proclamo que se volte à s agonias das velhas colheitas, das lavouras arcaicas, quase desumanas, mas a um meio termo entre o moderno que hoje se vê e o proveitoso que foi esquecido por nós, bem lá atrás. Que não nos sejam os feudos o que devemos habitar na atualidade, mas jamais as gaiolas da modernidade onde permanecemos aprisionados pelo medo da violência das ruas.
Com o vóo do Corvo vê-se, de maior altura, maior abrangência. Articular um vóo dessa magnitude à s vezes exige de nós maior coragem do que a cotidianamente usada.
E é do outro lado do domingo que se inicia uma nova semana. Estamos cansados de saber o que não devemos fazer. Bastaria cumprirmos isso para vermos diminuída drasticamente essa zoeira imoral que acostumou nossos olhos a chorarem e nossos corações a sentirem tanta dor. Basta de criarem-se os órfãos da impunidade.
Um pouco mais de esforço pessoal, muita vontade de ver-se a violência ruir e pronto. Nada de formas e formas mirabolantes. Combate-se a violência com amor no peito e vergonha na cara! O mundo pode tornar-se um lugar agradável para mantermos nossa convivência humana. As flores estão aí, praças há para nos sentarmos, mas a violência continua sendo a senhora de tudo!
Arregacemos as mangas. Encontremos coragem. A vida é para ser vivida em sua plenitude. E, enquanto todos não mudarem, faz-se necessário que permaneçamos a construir presídios seguros. Que o homem é lobo de si próprio, sabemos há muito! O que devemos mudar é a qualidade do animal, transformando lobos em apenas cordeiros! Desse jeito a vida entre nós renascerá mansa e alegre! Vamos lá? Vamos!