É... Nasceu em berço de ouro, logo desde bebé a levar permanentes e sanguessugantes beijocas na cabecinha, muito mais feliz do que o actual príncipe Carlos de Inglaterra. Cresceu, foi-se desenvolvendo, praticou halteres diariamente com os testículos em abrupto enchimento e esvaziamento. Assim - ena pá! - deu num pirilauzão impressionante e capaz de boquiabrir uma baleia de espanto, pleno de virilidade, artisticamente enveiado, um autêntico primor de supremo caralho.
Chegado o dia da apresentação à súbdita populaça, as passarinhas acolheram-no sob inepta serventia. Comentava uma delas no meio das outras: "Caramba, nenhuma de nós poderá fazer seja o que for por aquele caralho...". Asseverou outra: "É colega, não há ninguém que consiga levar com um caralho daqueles...".
Por sua vez, a multidão de pirilaus da côrte, sentiu-se inquietantemente insegura. Nenhum deles tinha pujança e tamanho que pelo menos se lhe equivalesse. Dizia um: "Ena rapaziada, estamos fodidos...".
Nesse instante, um ínfimo pirilauzinho, daqueles que faziam inclinar a cabeça dos outros para descobri-lo no chão, afirmou com inteligente e lúcida convicção: "Estai descansados, ó companheiros de eterna luta: aquele... Aquele, não tem hipótese de se meter em lado algum!...".
António Torre da Guia |