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Contos-->Deve ter havido algum engano (mais um?) -- 11/06/2001 - 00:16 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sim, deve ter havido algum engano.

Viver, agora, o "inimigo público número 1" será apenas mais um em minha extensa lista de serviços prestados à história do nosso inexorável fracasso.

Sinto por todos os outros figurantes, principalmente por aqueles que não hesitaram em
assumir, e acredito que prontamente, e acredito que sabendo muito bem o que estão fazendo, o papel de algozes.

Não deixem de ler o último capítulo de "O Processo", de Franz Kafka. Ali terão um modelo de interpretação à altura dos equívocos que os transformam em personangens de histórias em quadrinhos. Seres da farsa e da pantomima.

Será que estão preparados para cumprir os seus papéis à risca, a contento, até as últimas conseqüências?

E se lhes tocar ter de reconhecer, depois, num futuro talvez nem tão distante, que sim, deve ter havido algum engano? Estarão preparados para reconhecer a monstruosidade de que foram capazes?

De qualquer maneira, juntos poderemos depois conferir os resultados de mais esta desventura.
Literária?

A propósito, tinha mesmo a intenção de fazer chegar aos leitores ou não-leitores do usina uma formulação do teórico alemão Peter Bürger, em seu extraordinário "O surrealismo francês. Estudos sobre a literatura vanguardista", livro cuja tradução está me conduzindo ao título de Doutor em Literatura (malgré moi même):

"Na sociedade burguesa, é possível que o estético somente se permita vincular à vida ao preço da desumanidade."

Sim, deve ter havido algum engano. Mas esta história é bem antiga. Já nasce culpado todo cristão que se preza. Foi assim com Joseph K. Sim, há precedentes literários de peso.

Num próximo pesadelo, prometo acordar transformado num inseto gigantesco. A literatura nos oferece um elenco de variações inestimável. Variações para esse tema não dado. Nunca dado.
A culpa. Culpados. Mas fiquemos com Kafka, por ora, ele que tão bem soube instilar
humor em nossa incomensurável tragédia de homens comuns reduzidos à quase animalidade.

Poderia oferecer aqui um guia para que o ainda não-iniciado percorresse o meu percurso - eminentemente literário - dentro do site. Uma vez (será que entenderam?) tomei emprestada, como já fiz com tantos outros, uma frase do Millôr Fernandes, por genial, por imbatível, por adequada ao momento que vivíamos. O texto se chamava "Parafraseando Millôr". Quanto tempo faz?

Ei-lo:

Muitos consideram o usinadeletras uma sala de bate-papos como outra qualquer. Eu também não.

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