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Artigos-->RELAÇÃO : ARTE, VERDADE E MÍMESES EM PLATÃO E ARISTÓTELES -- 14/03/2003 - 17:40 (Sidinei Cruz Sobrinho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos






RELAÇÃO ENTRE ARTE, VERDADE E MÍMESES EM PLATÃO E ARISTÓTELES.





por Sidinei Cruz Sobrinho*





De acordo com Platão, os artistas imitam o mundo sensível que, por si só, como sombra do mundo das idéias, já é uma imitação. Sendo assim, a arte é uma mentira, pois, imitando o que já imita a verdade, nos distancia da verdade. E a preocupação de Platão é a de que conheçamos a verdade. A arte é ilusão, pois desvia o homem do caminho justo para a verdade.





“ (...) se faz o que não existe, e não pode fazer o que existe, mas simplesmente algo de semelhante ao que existe, mas que não existe, e se alguém afirmasse que o produto do trabalho do marceneiro ou de qualquer outro artífice era uma realidade completa, correria ele o risco de faltar á verdade?”.





A mímese não é capaz de exprimir a idéia original das coisas, a verdadeira realidade. Aquilo que a arte imitativa produz, é uma simples aparição da idéia. Além disso, a arte não tem o seu fundamento na razão. Não há logicidade discursiva na arte. Isto é, seu fundamento está no sentimento e na fantasia. Deste modo, o homem é levado a sentir prazer ou dor.





“ Da mesma maneira, afirmaremos que também o poeta imitador instaura na alma de cada indivíduo um mal governo, lisongeando a arte irracional, que não distingue entre o que é maior e o que é menor, mas julga, acerca das mesmas coisas, ora que são grandes, ora que são pequenas, que está sempre a forjar fantasias, a uma enorme distância da verdade”.





Platão ignora a poesia, a arte imitativa, a tal ponto de considerar dispensável a presença dos artistas na cidade, “ ao lembrarmos de novo da poesia, por justificadamente, excluirmos da cidade uma arte desta espécie”( PLATÃO, p. 475).





Ao contrário de Platão, irá Aristóteles considerar a universalidade e a profundidade do fenômeno estético. Ele considera o fato de imitarmos a realidade sensível através da arte, como sendo algo que nos é inerente. E a arte é agora considerada como pedagógica, ao invés de nos distanciar da verdade como afirmara Platão.





“ Ao que parece, duas causas, e ambas naturais, gerarram a poesia. O imitador é congênito no homem ( e nisso difere dos outros viventes, pois, de todos, é ele o mais imitador, e, por imitação, aprende as primeiras noções ), e os homens se comprazem no imitado”.





Para Aristóteles, as belas artes são artes imitativas. Mas não imitativas num sentido platônico, pois não referem-se a simples reprodução, e sim, procuram igualar-se à natureza.





Aristóteles, na Poiética, valoriza a tragédia grega, pois afirma que esta engloba um certo saber que é conhecimento necessário ao espectador e partícipe da pólis. Deste modo, encenando na tragédia, são transmitidas informações e consequentemente, educação.



Para designar o processo de composição do mito, Aristóteles usa o termo Mímeses. A mímeses é o “processo de exposição da verdade objetivada na obra de arte que é o mito encenado na tragédia.”. Através da mímeses, Aristóteles procura expor um conteúdo de verdade que não está previamente assegurada, o que é o caso do mito. Pois este era cinsiderado conhecimento antes do surgimento do conhecimento científico, tido a partir de então como o de maior validade.





“ Por conseguinte, tal como é necessário que nas demais artes miméticas una seja a imitação, quando o seja de um objeto uno, assim também o mito, porque é imitação das ações, deve imitar as que sejam unas e completas, e todos os acontecimentos se devem suceder em conexão tal que, uma vez suprimido ou deslocado um deles, também se confunda ou mude a ordem do todo. Pois não faz parte de um todo o que, quer seja quer não seja, não altera este todo”.





Através das obras de arte, são vividas, na ficção, aquelas paixões que, de outro modo, tenderiam a ocorrer na realidade. isto é, Aristóteles considera que na obra de arte, a pessoa de certa forma libera suas paixões de modo que a própria alma ganha maior tranquilidade.







Referências bibliográficas:





ARISTÓTELES. A Poética. São Paulo: Abril Cultural, 1984. ( Os Pensadores). p. 440 a 453.



PALTÃO. A República. 7. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993. ( Livro X ). P. 451 a 457.



*Sidinei Cruz Sobrinho é graduado em Filosofia pelo Instituto Superior de Filosofia Berthier - IFIBE, de Passo Fundo; Bacharelando em Filosofia pela Universidade Integrada do Alto Uruguai e Missões - Campus de Erechim - URI, Poeta; Sócio da Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo - RS.















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