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Contos-->Minha Vida e As Cinco Dimensões - Parte I -- 14/11/2017 - 01:38 (ALEXANDRE MOTTA JUSTO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
UMA BREVE INTRODUÇÃO

Não se pergunte quem eu sou; pergunte o que eu sou. Eu já fui um humano como você. Agora não sou mais. Aos poucos contarei a história da minha vida e como me tornei o que sou hoje.

O que você precisa saber agora é que o mundo em que você vive possui cinco dimensões, de tal forma que neste exato momento, no exato lugar em que você está pode estar ocorrendo uma batalha intergalática, ou talvez um homem gordo e peludo esteja fazendo sexo com uma mulher extremamente feia, gorda, com bigodes e cheia de varizes.

Por exemplo: aqui em minha casa está ocorrendo na terceira dimensão uma batalha épica entre os Ritlarianos e os Orrmonianos por uma poça d`Água. Pode parecer irrelevante, mas a vitória de um ou de outro trará consequências para nossa dimensão e para todas as outras. Essa complexa questão será explicada depois. Só para você ter uma idéia, se os Ritlarianos vencerem a batalha todo o nosso passado será modificado e nessa nova realidade você não terá nascido um ser humano: você hoje seria um rato-toupeira-pelado.

No espaço ocupado por você nesse exato momento a bunda gorda e peluda do homem está subindo e descendo e ele acabou de ejacular exatamente no espaço em que está o mouse no qual você está repousando sua mão. É melhor ir lavar essa mão. Eu espero você voltar. Ah, só para você saber quando a mulher gorda gozou ela babou no seu pé. No futuro eu também falarei de cada uma das cinco dimensões.

Já lavou a mão? Ótimo. O pé depois seca.

MINHA AURORA

Em 1465 um jovem e desconhecido físico e filósofo italiano chamado Salvatore Parmigiano fez uma fantástica descoberta sobre a natureza do universo e o sentido da vida.

Foi uma descoberta tão absolutamente fantástica que mudaria completamente o mundo e a humanidade evoluiria centenas de anos em poucas décadas. Seria o fim da fome, das doenças e de tudo que atrasava o desenvolvimento humano e fazia o homem sofrer.

Ansioso para mostrar ao mundo sua impressionante (impressionante mesmo!) descoberta Parmigiano partiu imediatamente para Roma, porém no meio do caminho decidiu que deveria primeiramente revela-la ao Papa Paulo II.

Já em Roma demonstrou ao Sumo Pontífice que tudo que a Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana vinha pregando desde 33 D.C. estava errado e que sua descoberta tornaria dispensáveis todas as religiões e seus líderes.

Após ouvir atentamente Parmigiano por várias horas o Papa decidiu que o mundo não estava preparado para essa revelação e ordenou que Parmigiano fosse esquartejado, decapitado, seu cadáver violado, queimado e que suas cinzas fossem jogadas em quinze locais diferentes bem distantes uns dos outros.

Apesar de sua atitude, o Papa era um homem justo e bondoso e para que Salvatore jamais fosse esquecido inventou a pizza à parmegiana.

Assim, até hoje ninguém no mundo sabe qual o sentido da vida e qual a natureza do universo. Se soubessem ficariam impressionados. E hoje estaríamos, quem sabe, habitando outros planetas, viajando no tempo, vivendo eternamente (claro que nesse caso a abolição do casamento seria imperativa) e comemoraríamos todo dia 23 de outubro (data de nascimento de Salvatore) o dia da pizza à parmegiana.

Mas ninguém além de mim uns poucos sabe o que Salvatore descobriu em 1465 e somente o sei em razão dos 75.000 anos que passei na Casa do Conhecimento.

Para quem não sabe (e praticamente ninguém sabe mesmo) a Casa do Conhecimento é algo tão estupendo, tão exuberante, tão fantasticamente inacreditável e complexo que sua explicação não cabe nesse texto. Portanto, deixemos a Casa do Conhecimento para outro dia.

Para que possamos seguir em frente uma advertência: esqueçam tudo que aprenderam sobre o surgimento do homo sapiens, pois está tudo errado.

Sigamos.

Eu nasci há milhares de anos, quando o homo sapiens dava seus primeiros passos na segunda dimensão do planeta terra. Já éramos fisicamente como vocês são hoje. Um homo sapiens da minha geração poderia caminhar calmamente por uma grande avenida de uma grande metrópole que ninguém perceberia.

Somente ao por do sol é que vocês poderiam desconfiar de que alguma coisa estava errada quando ele ou ela começasse a se masturbar para oferecer seu orgasmo aos deuses. Era um costume bem comum entre todos os grupos que eu conheci, muito embora eu esteja convencido que era apenas uma desculpa para a simples obtenção do prazer sexual solitário. Esse ritual era chamado na língua primitiva de Chukai.

Éramos poucos e vivíamos em pequenos grupos. Viajávamos por semanas até que encontrássemos um lugar bom para ficarmos por algum tempo. O grande problema é que outros grupos faziam exatamente a mesma coisa e sempre paravam no mesmo lugar que os outros grupos.

Em um belo dia de sol escaldante dezessete grupos se encontraram justamente onde havia uma poça de água lamacenta que poderia saciar a sede de apenas um grupo. Houve uma série de intermináveis discussões para saber qual grupo ficaria com aquela poça. A discussão se estendeu pelo dia todo, uma vez que cada líder de cada grupo queria falar. Antes do anoitecer, porém, a discussão foi interrompida porque o sol simplesmente evaporou toda a água, restando apenas a lama que cada grupo jogou nos outros dezesseis grupos. E foi assim que o homo sapiens decidiu que a partir daquele dia todos os impasses entre os grupos seriam decididos por meio da força. A principal consequência foi que a partir daquele momento todos os grupos se tornaram inimigos uns dos outros.

E foi em razão dessa consequência que eu me tornei o que hoje sou.

Nessa ocasião o meu grupo contava com cinquenta e sete membros. Acontece que desses, somente oito eram mulheres, e apenas duas eram mulheres jovens. As demais já eram idosas (tinham cerca de trinta anos) e as jovens (uma de doze e outra de onze anos) pertenciam ao líder. A amarga consequência de tal bestialidade é que aos dezoito anos, praticamente chegando ao fim da minha vida, eu ainda não havia copulado. Daí a minha prática constante do Chukai. Nessa época eu já sabia que o Chukai era pura safadeza mas fingia que acreditava que estava oferecendo o meu sêmen aos deuses em troca de chuva e animais mansos e saborosos.

Um dia, enquanto todos do meu grupo estavam dormindo eu decidi que minha única chance de copular antes de morrer seria encontrando água para o grupo e, quem sabe, um animal disposto a se entregar a mim sem resistência para ser devorado. E assim, sem saber, me afastei do meu grupo em direção ao que seria minha morte e minha vida e que me tornaria o princípio do que eu sou hoje.

(Continua)
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