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Poesias-->Mergulho -- 16/06/2001 - 23:46 (Alberto D. P. do Carmo) |
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Por que me alerta o coração
De tão disforme segredo?
De onde me surgiram a angústia, e esse medo?
Por que infernos andavas quando eu te sonhava?
Com que delírios encheste o silêncio que me dispensavas?
Por que arriscas tanto encanto em poucos becos?
Será que esqueceste nossos sonhos loucos nalgum canto?
Ou já não ouves meus olhos roucos em prantos?
Nem meus gritos secos em esperanto?
Por quantas luas te verei escrava
De desconhecidos feitores?
Se não precisas furtar-te de mim
Eu, cúmplice dos teus amores...
Por que não mergulhas em teu mar transparente?
Se sabes que da tua liberdade
Quero ser a semente...
Por que só vês helênicos dramas
Nos meus dias de misterioso protesto?
Se não passam de fingidas dúvidas
Das certezas que não me contas...
Por que me poupas de pintar-te nua
Se no esboço que de ti fiz só te faltam as cores?
Por que não percebes que te leio há muito
Mesmo quando estás em outros horizontes?
Por que me imaginas do mar um lobo velho?
Se ao fazer-me navegante
De mim fiz teu espelho?
Sabes que te dei amor eterno
E que dele podes fazer o que quiseres
Cabe a ti escolher como o queres...
Presente, distante, próximo ou amante
Podes até descartá-lo se preciso for
Para seres feliz...
Faz o que te for melhor, minha querida
Só te peço, não te partas em sete mil pedaços
Quero-te humana, ou imaginária deusa
Não importa, amo-te como quiseres
Pois por toda minha vida
Serás para mim todas as mulheres...
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