Usina de Letras
Usina de Letras
140 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62072 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10301)

Erótico (13562)

Frases (50478)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cartas-->Ao amor de uma vida -- 31/05/2004 - 07:55 (Poeta Maldito) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eu não sei se o que vou dizer é recíproco. Mas acho que será bom dizer, porque ainda não disse. Eu sinto falta de nossas tardes de quase sexo, de quando você dormia e eu olhava o contorno do seu corpo e isso já me enlouquecia, me fazia tremer. Eu sinto falta, sutilmente, por força do esquecer, pois eu tenho. Eu sinto falta das suas histórias que pareciam tão comuns, mas você as fazia tão impressionantes. Eu não sentia falta de mim, porque só queria você. Talvez seja por isso que eu não me reconheça ainda. A verdade é que eu sinto falta de seu beijo, dos teus olhos abertos caçando testemunhas e sua voz dizendo “vem dim”. Ainda me excito com sua imagem. E depois do ocorrido, às vezes, quando esqueço de esquecer, me pego perguntando – o que foi que houve? Sem resposta. Eu sempre fui desajeitado contigo e há muito, parasita. Foi um grande, não dizer o quanto te amava, achar que já estava garantido. Não estava, nada está. Mas ainda hoje me vejo sem saída, sem saber o que é amar. Eu ainda tenho um amor ciumento, egoísta, que não quer compartilhá-la com ninguém. Egoísta, avarento. Eu queria você, mas não te dava meu eu. E isso me empobreceu. Como todo avarento, que morre com todo o seu dinheiro.
Eu vinha pensando nestes últimos meses: nós vamos nos casar e aí ela vai me conhecer melhor. Aí eu vou perder o brilho
Você disse para mim quando terminamos, que deveria me aceitar como eu sou, mas achava isso muito difícil. É porque você na sabia quem eu sou. Eu sou triste, de natureza pessimista, incomodado com a vida. Eu não sei dizer de mim, me acho ridículo e ao mesmo tempo muito bom. Eu sou frustrado. Mas nunca lhe disse nada disso. Eu queria lhe parecer forte e sensato. No entanto sou fraco e deslumbrado. Eu não sou um semideus e ao querer sê-lo perdi a humanidade que te encantava. Eu nunca compartilhei meus sonhos.
Isto não são desculpas, é só um desabafo. A verdade é que sou louco, porque eu... eu não sou eu. Este que você conhecia era apenas um lado de mim. Um lado mascarado, que parecia bom, mas que te angustiava, porque era vazio. Eu escondia minhas vontades para lhe agradar, mas era para me agradar. Eu venho tendo um medo louco da vida, de morrer por fazer o que eu quero. Eu gostaria de ter sido diferente. De te fazer altos e baixos, mas eu fui uma linha reta.
E aí eu aceitei, sem brigar, sem lutar, que você falasse que era o fim. Sem dizer tudo isso, simplesmente a verdade. Eu gostaria que você não me amasse mais, não tivesse nenhum sentimento por mim. Aí eu poderia te conquistar. Dizendo o que eu acho de verdade. Uma outra verdade.
Eu te amei escondido. Nas duas traições que me fez, eu também me fiz duas. Eu não briguei por você, não briguei por mim, e não venho lutando a tempo. Eu não briguei, mas era o que queria, mas queria mais você, queria mais sustentar minha máscara – o imune. É porque agora entendo que a vida são desencontros. E aí, é que está a graça.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui