De Pilar, nascera e crescera numa realidade próxima ao mundo marinho. Tinha como companheiros um barco, e uma caiçara. Desde mais novo, costumava passear na beira do mar e apreciava as marolas que formavam espumas aos pés. Sempre que podia, levava seu amigo Borinho, um cão sem raça definida que ganhara no dia das crianças. Os dois juntos, corriam pela areia da praia ensaiando a brincadeira dê pega-pega. Quando cansavam, sentavam na areia e ficavam olhando o horizonte tendo imaginar o que haveria além mar. Tinha como sonho, um dia poder alcançar uma possível ilha que provavelmente haveria no meio do mar juntamente com Borinho. Os dias foram passando até que conseguiu unir forças e ao lado do seu melhor amigo, embarcaram em direção a suposta ilha. Navegaram até que encontraram a tal ilha, bem no meio do oceano e lá resolveram desembarcar para explorar a nova descoberta nessa intrigante aventura. O menino percebeu que seu amigo cão estava curioso para explorar o novo ambiente uma vez que o cheiro forte de mata perfumava o ar local. Foram em busca do desconhecido para eles, não para a natureza e seus mistérios. Olhou em volta, e percebeu que havia côcos pelo chão. Abriu e começaram a beber em goles sedentos, ele e seu amigo cão. Como havia enormes folhas caídas ao chão procedentes de árvores grandiosas, improvisou logo uma cama. Passaram a noite ali, admirando os encantos do céu que ao mar se unia e formavam uma bela tela ao estilo Rennoir. Adormeceram. No dia seguinte, acordaram ao som de pássaros com vôos a desenharam uma tela natural. O menino captou a imagem e a registrou por tempo indeterminado na memória. Perto do meio-dia, bate a fome aos dois. Então o menino resolve junto com o cãozinho, ir ao barco para pescar peixe. Enquanto esperava pacientemente a isca ser mordida, viu que havia uma voz que saia do fundo do mar e provocava pequenas marolas. Eis que surge então, uma luz na cor azulada e dela saia uma voz a dizer: "Filho, estou contigo."
Ao ouvir a voz, o menino adormeceu profundamente. Quando acordou, estava deitado num quarto de orfanato rodeado de crianças que, como ele haviam visitado a tal ilha.
Resolveram partilhar as experiências e descobriram o enorme arquipélago que haviam formado.