CIDADE
Voam folhas
passam vozes
e no canto aqui
em que estou
a cidade é de objetos
como coisas em complô.
Há uns truques
entre eles
que nem sempre sei ouvir
e nos lados das esquinas
ficam quietos
sem dormir.
Quando caminho
dialogam
mas sei que não
para mim.
Tem os códigos deles
cortantes, pavimentados.
As poucas árvores
sós
beijam a lua e o sol.
Creio que riem dos predios
mas sentem pena
de nós.
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