POEMA DOS TRÊS ANJINHOS
Jan Muá
30 de julho de 2023
Três anjinhos
São Pedro acolheu neste sábado
Em sala dourada de seu vasto céu
Três anjinhos
Com emocionante história
De cortar o coração
Três anjinhos
Três irmãozinhos inocentes
De quatro três e um aninhos
Três anjinhos
da incúria fatal de adultos
vítimas fatais
Três anjinhos
com uma história nebulosa
A precisar de esclarecimentos
História com o fulcro da investigação
Visando o motorista amigo da família
Como responsável principal da tragédia
Onde a crônica diz ter ele “ingerido bebida alcoólica”
Que o fez errar a manobra
que levou o veículo a cair na água
No conjunto da narrativa
É a morte dos três anjinhos
Que nos comove e nos faz chorar
É muito emocionante
E estranho
Seu trágico afogamento
Pelas três crianças chora o Brasil inteiro
Em comovido pranto
Embalando a saudade em triste canto
Choram os vivos
Choram os ipês roxos e amarelos de Brasília,
em vigília na cidade
Choram as águas da Lagoa
Choram os leitores desta crônica
Chora o céu
Choram as nuvens escuras
E nas lágrimas tristes da população
Passam transfigurados os rostos
Das três criancinhas
Anjinhos do meu coração.
OBSERVAÇÃO
Com o título de Tragédia, o leitor poderá encontrar no Correio Braziliense deste domingo, de 30 de julho de 2023, seção Cidades, a narrativa jornalística sobre estas “três crianças que morreram afogadas” na Lagoa do Japonês, perto do PADEF. Nosso poema é uma ficção partindo de dados apresentados pela crônica.
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