O trem sobre os velhos trilhos,
barulhento nos levava para o encontro
de uma natureza preservada e quase intacta.
Descemos na última estação de uma linha
quase desativada na qual os trens somente circulavam em dois horários,de manhã e à tarde.
Era uma beleza só: o verde escuro das matas
contrastando com o azul celeste tão claro.
Ainda havia uma boa caminhada até chegarmos
à casa do amigo que iria nos hospedar
naquele final de semana.
Acabamos por pegar uma carona na carroceria
de um caminhão.Fomos brincando,cantando,
contando piadas e apreciando a paisagem tão diversa da que estávamos acostumadas na cidade,
com casas coladas uma à outra, de pinturas desbotadas em ruas desarborizadas.
Gritamos,acenando com alegria adolescente
ao avistarmos o seu Raul consertando
uma charrete no quintal.
Era um terreno todo gramado,com um pequeno
tanque de peixes e lá ao fundo a casinha branca
com três redes convidativas dependuradas.
Descansamos e preparamos um almoço rápido e
simples.Nos equipamos para a caminhada com bonés e água e lá fomos.
Como foi maravilhosa a hora em que a vimos!Águas
frias e correntes escorrendo por entre pedras
nos fascinando.
Brincamos tanto...nos esbaldamos!
Eu trocaria tudo aquilo por aquele momento
que você segurou a minha mão e me perguntou,
olhando nos meus olhos molhados de amor:
_Quer namorar comigo?
Depois que eu disse sim,você me segurou pela
cintura e me rodou...Foi uma sensação tão agradável
que até hoje gosto de recordar...