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Poesias-->O REI E O POETA -- 10/06/2001 - 17:40 (J. B. Xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O REI E O POETA

Por J.B.Xavier





- Vede! Disse o rei -

Estes são os meus domínios,

Prados verdes,

Sombras amplas,

Regatos e cachoeiras...

Lá distante a bela fonte

A correr o dia inteiro

Para mitigar a sede

Do cansado caminheiro...

Deste lado, veja bem,

Essas fortificações,

Cuidam de nosso sossego,

Nos protegem, nos abrigam

Das investidas guerreiras

Dos ferozes inimigos.

No alto estão as seteiras,

No chão os muitos abrigos...

Vede agora deste lado:

Campos sendo arados,

Camponeses trabalhando,

E guardas também, a postos.

Isso garante os impostos

Que mantém a roda girando...

E tu, que também se diz rei

De um reino que não entendo,

Sobre o que reinas amigo,

Se sequer tens um exército,

Se sequer tens inimigos?



Disse o poeta: - Meu rei,

Tenho cá os meus domínios:

Verdes prados da esperança,

E amplas sombras de alegria

Permeiam as alamedas,

E no lugar das intrigas

Tenho meus versos de seda...

Tenho rios e cachoeiras

Vertendo do coração,

Rios de amor que se transformam

Em cascatas de afeição.

Minha ermida é minha alma

Aberta a todo passante,

Pois em cada ser eu vejo

Um pouco além do horizonte.

Entretanto meu sossego,

Vem de outras direções,

Vem do espírito em paz!

Também tenho algumas setas,

Guardadas em minha aljava,

Mas, claro, sei que o senhor

Não as manipularia,

Pois são setas de alegria

E também setas de amor...

Quanto ao labor, majestade,

Derramo, sim, meu suor,

Para conseguir que o mundo

Fique um pouquinho melhor...

Quanto a inimigos, estais certo,

Declarados, não os tenho,

Mas, sendo o amor minha lança,

Todos os dias me empenho

- é minha religião -

Em atingi-los no peito,

No centro do coração...

Assim, não tenho muralhas!

Que venham os meus inimigos!

E com todo o seu ardor,

Que eu certeiro disparo

As minhas lanças de amor!





O rei olhou o poeta

E sorrindo lhe falou:

Se estas são as tuas armas,

Eu gostaria de ver

Este coração de pedra

Um pouco de sangue verter,

Vamos! Fere-me o peito!

Pois quero ser perdedor

Desta guerra onde as armas

São todas feitas de amor



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